31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

122 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

mente surpreso com o fato <strong>de</strong> que os rabinos judaicos têm se cansado<br />

e se <strong>de</strong>snorteado, sem qualquer necessida<strong>de</strong>, em busca <strong>de</strong> novas e<br />

sutis interpretações, já que a intenção do profeta é por si mesma perfeitamente<br />

evi<strong>de</strong>nte; ou seja, que em função <strong>de</strong> a misericórdia divina<br />

ser tão imensa e tão claramente manifesta é que os filhos dos homens<br />

se põem confiantes à sombra <strong>de</strong>la. Visto que Davi, até aqui, tem falado<br />

da bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, à guisa <strong>de</strong> acomodação, a qual se esten<strong>de</strong> a toda<br />

criatura, a opinião <strong>de</strong> outros comentaristas, que consi<strong>de</strong>ram Davi,<br />

neste ponto, como que discursando acerca do favor peculiar que<br />

Deus manifesta em relação a seus filhos, em minha opinião é muito<br />

correta. A linguagem parece referir-se em geral a todos os filhos dos<br />

homens, mas o que se segue é aplicável a<strong>de</strong>quadamente só aos fiéis.<br />

Com o fim <strong>de</strong> manifestar mais claramente a gran<strong>de</strong>za da graça divina,<br />

o salmista fala em termos gerais, dizendo-nos que Deus se con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ajuntar <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> suas asas a prole mortal <strong>de</strong> Adão, como diz<br />

no Salmo 8.4: “Que é o homem para que <strong>de</strong>le te lembres? e o filho do<br />

homem para que o visites?” A substância da passagem é: Os ímpios<br />

po<strong>de</strong>m correr em direção a todo excesso <strong>de</strong> impieda<strong>de</strong>, mas esta tentação<br />

não impe<strong>de</strong> o povo <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong> confiar em sua benevolência e <strong>de</strong><br />

lançar-se sob seu paternal cuidado; enquanto os ímpios, cuja mente é<br />

<strong>de</strong>gradada e cujo coração é contaminado, jamais <strong>de</strong>gusta a doçura da<br />

benevolência divina ao ponto <strong>de</strong> se guiarem à fé e assim <strong>de</strong>sfrutarem<br />

daquele repouso que se encontra à sombra <strong>de</strong> suas asas. A expressão<br />

metafórica, asas, como aplicada a Deus, é muito comum nas Escrituras.<br />

9 Com isso Deus nos ensina Deus que somos preservados em<br />

segurança sob seu protetor cuidado, assim como as aves aconchega<br />

seus filhotes <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> suas asas; e assim ele nos convida para junto<br />

<strong>de</strong> si, bondosa e afetuosamente.<br />

9 “Frequens in Psalmis figura ab alio Cherubinorum Arace” etc.; isto é, “Uma figura comum nos<br />

<strong>Salmos</strong>, tomada mais imediatamente, em minha opinião, das asas dos querubins lançando sua<br />

sombra sobre o propiciatório que cobria a arca; mais remotamente, porém, das aves que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<br />

seus filhotes dos raios solares, cobrindo-os com a sombra <strong>de</strong> suas asas. Vejam-se Salma 17.8;<br />

57.1; 61.4; 91.1 etc. e Deuteronômio 32.11.” – Bishop Hare.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!