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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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276 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

[vv. 4-8]<br />

Tu, sim, tu, és meu Rei, 6 ó Deus! manda [ou or<strong>de</strong>na] livramentos a Jacó.<br />

Através <strong>de</strong> ti temos empurrado [ou ferido] nossos adversários com nossos<br />

chifres; em teu nome temos pisado ao pé os que se levantaram contra nós.<br />

Pois não confiarei em meu arco, e minha espada não me salvará. Certamente<br />

nos salvaste <strong>de</strong> nossos inimigos e expuseste à ignomínia os que<br />

nos o<strong>de</strong>iam. Em Deus nos temos gloriado o dia todo, e confessaremos teu<br />

nome para sempre. Selah.<br />

4. Tu, sim, tu, és meu Rei, ó Deus! Neste versículo, os fiéis expressam<br />

ainda mais claramente o que já realcei um pouco antes, ou seja,<br />

que a bonda<strong>de</strong> divina não só se evi<strong>de</strong>nciou no livramento do povo <strong>de</strong><br />

Deus, mas também lhes fluiu em contínua sucessão <strong>de</strong> século após<br />

século. E portanto se diz: Tu, sim, tu, és meu Rei. Em meu critério, o<br />

pronome <strong>de</strong>monstrativo, ‏,הוא hu, transmite a idéia como se o profeta<br />

tivesse reunido uma longa série dos benefícios divinos <strong>de</strong>pois do primeiro<br />

livramento. De modo que pu<strong>de</strong>sse parecer que Deus, que uma<br />

vez foi o libertador <strong>de</strong> seu povo, não se revelasse <strong>de</strong> outra forma à sua<br />

posterida<strong>de</strong>; a menos que, talvez, o pronome seja consi<strong>de</strong>rado uma<br />

ênfase e seja empregado com o propósito <strong>de</strong> asseverar as coisas apresentadas<br />

<strong>de</strong> uma forma mais forte, ou seja, que os fiéis só louvam a<br />

Deus como o guardião <strong>de</strong> seu bem-estar com a exclusão <strong>de</strong> todos os<br />

<strong>de</strong>mais e a renúncia do socorro <strong>de</strong> qualquer outra fonte. Daí apresentarem<br />

também a oração para que Deus or<strong>de</strong>nasse e anunciasse a seu<br />

povo novos livramentos; pois, visto que tem em seu po<strong>de</strong>r inumeráveis<br />

meios <strong>de</strong> preservação e livramento, diz-se que ele <strong>de</strong>stina e envia livramentos<br />

como seus mensageiros, sempre que lhe pareça bem.<br />

5. Através <strong>de</strong> ti temos empurrado, ou ferido, nossos adversários<br />

com nossos chifres. 7 Aqui o profeta <strong>de</strong>clara em que sentido Deus se<br />

6 Ged<strong>de</strong>s traduz: “Nosso Rei”. “O hebraico”, diz ele, “tem meu Rei; mas visto que o salmista fala em<br />

nome <strong>de</strong> sua nação, o plural é preferível, como em numerosos outros exemplos”. “O porta-voz em todo o<br />

Salmo”, diz Walford, “é a Igreja, o que preferível o uso <strong>de</strong> ambos, singular e plural, em diferentes partes.”<br />

7 A alusão é ao empurrar, golpear ou chifrar dos bois e outros animais com seus chifres, e<br />

significa reprimir ou dominar (Dt 33.17; 1Rs 22.11; Dn 8.4). “Literalmente”, diz Dr. Adam Clarke,<br />

“‘Lançá-los-emos no ar com nossos chifres’; metáfora esta tomada <strong>de</strong> um boi ou touro lançando<br />

ao ar os cães que o atacam.”

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