31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 51 • 425<br />

misericórdia, pelas quais Deus nos visita, é sublimemente próprio<br />

<strong>de</strong> nossa parte que pon<strong>de</strong>remos sobre a terrível <strong>de</strong>sonra que temos<br />

feito ao seu nome e nos enchamos da <strong>de</strong>vida dor por essa conta. Então<br />

nossa fé se <strong>de</strong>bilita e não mais conseguimos apreen<strong>de</strong>r a plena<br />

extensão da misericórdia divina; e assim não há razão para perplexida<strong>de</strong><br />

ante o fato <strong>de</strong> que Davi houvesse uma e outra vez renovado<br />

suas orações por perdão, a fim <strong>de</strong> confirmar uma vez mais sua confiança<br />

nele. A verda<strong>de</strong> é que não po<strong>de</strong>mos orar corretamente pelo<br />

perdão <strong>de</strong> pecado enquanto não chegarmos a uma persuasão <strong>de</strong><br />

que Deus se reconciliará conosco. Quem se aventurará a abrir sua<br />

boca na presença <strong>de</strong> Deus, a não ser que se certifique <strong>de</strong> seu paternal<br />

favor? E sendo o perdão a primeira coisa pela qual oramos, é<br />

evi<strong>de</strong>nte que não há inconsistência em se haver uma persuasão da<br />

graça <strong>de</strong> Deus, e contudo continuar-se a suplicar por seu perdão.<br />

Em prova disto, faço referência à Oração do Senhor, na qual somos<br />

instruídos a começar dirigindo-nos a Deus como nosso Pai, e no<br />

entanto prosseguimos orando pela remissão <strong>de</strong> nossos pecados. O<br />

perdão divino é pleno e completo; nossa fé, porém, não po<strong>de</strong> absorver<br />

sua superabundante bonda<strong>de</strong>, e assim se faz necessário que a<br />

mesma se <strong>de</strong>stile em nós gota após gota. Deve-se a esta enfermida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> nossa fé o fato <strong>de</strong> que somos amiú<strong>de</strong> encontrados repetindo e<br />

repetindo, vez após vez, a mesma petição, não com o propósito <strong>de</strong><br />

segura e gradualmente quebrantar o coração <strong>de</strong> Deus à compaixão,<br />

mas porque avançamos a passos lentos e difíceis rumo à conquista<br />

da plenitu<strong>de</strong> e certeza. A menção que aqui se faz <strong>de</strong> purgar com hissopo<br />

e <strong>de</strong> lavar ou aspergir, nos ensina, em todas as nossas orações<br />

pelo perdão do pecado, a termos nossos pensamentos voltados<br />

para o gran<strong>de</strong> sacrifício pelo qual Cristo nos reconciliou com Deus.<br />

“Sem <strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue”, diz Paulo, “não há remissão” [Hb<br />

9.22]; e isto, que foi notificado por Deus à Igreja antiga sob figuras,<br />

se tem feito conhecer plenamente pela vinda <strong>de</strong> Cristo. O pecador,<br />

se achasse misericórdia, tinha que olhar para o sacrifício <strong>de</strong> Cristo,<br />

o qual expiava os pecados do mundo, relanceando, ao mesmo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!