31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 47 • 339<br />

que não se preten<strong>de</strong> atribuir aos ju<strong>de</strong>us alguma superiorida<strong>de</strong> que<br />

porventura naturalmente possuam acima dos <strong>de</strong>mais, mas que toda<br />

sua excelência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> disto: que o perfeito culto <strong>de</strong>vido a Deus se<br />

expan<strong>de</strong> entre eles e que mantêm a doutrina celestial em alta estima.<br />

Isto, pois, não inclui os ju<strong>de</strong>us bastardos ou apóstatas, que por sua<br />

própria incredulida<strong>de</strong> se excluem da Igreja. Mas visto que, segundo a<br />

afirmação do Apóstolo Paulo [Rm 11.16], a raiz sendo santa, os ramos<br />

também são santos, segue-se que a apostasia da maioria não impe<strong>de</strong><br />

esta honra <strong>de</strong> continuar pertencendo ao resto. Conseqüentemente,<br />

a ‘<strong>de</strong>struição’ que, segundo indicada na profecia <strong>de</strong> Isaías, inundou<br />

toda a terra, é chamada o povo do Deus <strong>de</strong> Abraão [Is 10.22, 23]. Esta<br />

passagem contém duas verda<strong>de</strong>s muito importantes e instrutivas. Em<br />

primeiro lugar, apren<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>la que todos os que são contados entre<br />

os filhos <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>vem procurar encontrar um espaço na Igreja e<br />

unir-se a ela, para que mantenham união fraternal com todos os santos;<br />

e, em segundo lugar, que quando a unida<strong>de</strong> da Igreja é afirmada,<br />

não se <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar que a mesma consiste <strong>de</strong> outra coisa senão <strong>de</strong><br />

um sincero e comum propósito <strong>de</strong> ren<strong>de</strong>r-se obediência à Palavra <strong>de</strong><br />

Deus, a fim <strong>de</strong> que haja um só rebanho e um só Pastor. Além do mais,<br />

os que são exaltados no mundo com referência a honras e riquezas são<br />

aqui admoestados a <strong>de</strong>svencilhar-se <strong>de</strong> toda soberba, e voluntária e<br />

submissamente suportar o jugo juntamente com os <strong>de</strong>mais, para que<br />

possam mostrar-se obedientes filhos da Igreja.<br />

O que imediatamente se segue, Os escudos da terra são <strong>de</strong> Deus,<br />

é interpretado por muitos como que falando <strong>de</strong> príncipes. 7 Admito que<br />

esta metáfora é <strong>de</strong> freqüente ocorrência na Escritura, tampouco este<br />

sentido parece a<strong>de</strong>quado ao escopo da passagem. É como se o profeta<br />

dissesse: É no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus para enxertar em sua Igreja os gran<strong>de</strong>s<br />

do mundo que ele sempre se agrada; pois ele reina sobre eles também.<br />

No entanto, o sentido será mais simples se explicarmos as palavras<br />

7 Os magistrados e governadores são chamados escudos em Oséias 4.18 e Salmo 89.19. É neste<br />

sentido que a palavra é aqui subentendida pela Septuaginta.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!