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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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146 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

<strong>de</strong> suas expectativas e com muita freqüência seu êxito é completamente<br />

frustrado. Nada, pois, nos é mais proveitoso do que termos<br />

nossos olhos continuamente postos na providência <strong>de</strong> Deus, que é a<br />

única que melhor po<strong>de</strong> suprir-nos do que nos é necessário. Devemos<br />

utilizar-nos <strong>de</strong>sta doutrina como fonte <strong>de</strong> consolação em todas as vicissitu<strong>de</strong>s<br />

que porventura nos ameacem com <strong>de</strong>struição. Po<strong>de</strong>mos ser<br />

acossados <strong>de</strong> várias formas, e abalados por muitos perigos, os quais a<br />

cada instante nos ameaçam com a morte, mas esta consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong>ve<br />

prover-nos com suficiente base <strong>de</strong> conforto, <strong>de</strong> que não só nossos dias<br />

se acham enumerados por Deus, mas que ele também conhece todas<br />

as vicissitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> nossa porção terrena. Visto que Deus, então, mui<br />

cuidadosamente vela sobre nós para a manutenção <strong>de</strong> nosso bem-estar,<br />

<strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>sfrutar, nesta nossa peregrinação terrena, <strong>de</strong> tanta paz<br />

e satisfação como se estivéssemos em plena posse <strong>de</strong> nossa paternal e<br />

celestial herança. Visto que somos consi<strong>de</strong>rados por Deus, Davi disto<br />

conclui que nossa herança é eterna. Além do mais, ao <strong>de</strong>clarar que os<br />

que são íntegros são por isso cuidadosamente protegidos por Deus,<br />

ele nos exorta ao sincero cultivo da verda<strong>de</strong> e da integrida<strong>de</strong>; e se<br />

porventura <strong>de</strong>sejarmos ser postos em segurança sob a proteção divina,<br />

cultivemos, pois, a mansidão e rejeitemos com asco este diabólico<br />

provérbio: “Uivemos quando estivermos entre os lobos.”<br />

19. Eles não se envergonharão no tempo <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong>. Este<br />

versículo também nos mostra que os fiéis não têm o direito <strong>de</strong> esperar<br />

tal isenção <strong>de</strong> aflição e provação como a carne <strong>de</strong>sejaria, senão que<br />

são assegurados do livramento até ao final; o qual, embora já esteja<br />

em sua posse, todavia é <strong>de</strong> tal natureza que só po<strong>de</strong> ser concretizado<br />

pela fé. Temos <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar estas duas coisas como inseparavelmente<br />

conectadas, a saber, visto que os fiéis se acham tão misturados com<br />

os ímpios neste mundo, que a fome e a adversida<strong>de</strong> são comuns a ambos.<br />

A única diferença entre eles é que Deus esten<strong>de</strong> sua mão para seu<br />

próprio povo, no tempo <strong>de</strong> sua necessida<strong>de</strong>, enquanto que abandona<br />

os ímpios e não se preocupa com eles. É possível que se objete dizendo<br />

que os ímpios amiú<strong>de</strong> se alimentam principescamente no tempo

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