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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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588 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

pelo fato <strong>de</strong> que, ao rejeitá-las, ele, em certo sentido, estaria negando<br />

sua própria natureza. O salmista não diz que Deus tem ouvido a oração<br />

neste ou naquele caso, senão que lhe confere o nome <strong>de</strong> ouvidor<br />

<strong>de</strong> oração, como algo que constitui uma parte permanente <strong>de</strong> sua<br />

glória, <strong>de</strong> modo que ele tão logo se negaria caso fechasse seus ouvidos<br />

às nossas petições. Pudéssemos pelo menos imprimir isso em<br />

nossas mentes, <strong>de</strong> que é algo peculiar a Deus e inseparável <strong>de</strong>le ouvir<br />

nossas orações, seríamos fortalecidos com inabalável confiança. Jamais<br />

po<strong>de</strong>rá faltar-lhe o po<strong>de</strong>r que nos provê socorro, <strong>de</strong> sorte que<br />

nada po<strong>de</strong>rá obstar nosso caminho daquele bem sucedido resultado<br />

<strong>de</strong> nossas súplicas. O que se segue no versículo é igualmente mui<br />

digno <strong>de</strong> nossa atenção, a saber: que toda carne virá a Deus. Ninguém<br />

po<strong>de</strong>ria aventurar-se acesso à sua presença sem a convicção <strong>de</strong> lhe<br />

estar aberta a entrada; mas quando ele antecipa nossos temores, e se<br />

adianta para <strong>de</strong>clarar que nenhuma oração lhe é oferecida em vão, a<br />

porta se escancara para a admissão <strong>de</strong> todos. O hipócrita e o ímpio,<br />

os quais oram sob a premência <strong>de</strong> momentânea necessida<strong>de</strong>, não<br />

são ouvidos. Pois não se po<strong>de</strong> dizer que se chegam a Deus, quando<br />

não possuem a fé fundada em sua Palavra, e, sim, numa mera e vaga<br />

expectativa <strong>de</strong> um resultado fortuito. Antes <strong>de</strong> nos aproximarmos<br />

aceitavelmente <strong>de</strong> Deus em oração, é necessário que suas promessas<br />

se nos façam conhecidas, sem as quais não po<strong>de</strong> haver qualquer<br />

acesso a ele, como se faz evi<strong>de</strong>nte à luz das palavras do apóstolo<br />

Paulo [Ef 3.12], on<strong>de</strong> ele nos diz que todos quantos se chegam a Deus<br />

<strong>de</strong>vem antes estar revestido <strong>de</strong> fé em Cristo, numa proporção tal, que<br />

por ela se animem cheios <strong>de</strong> confiança. À luz disto po<strong>de</strong>mos inferir<br />

que no papado não se observa nenhuma regra correta <strong>de</strong> oração,<br />

quando oram a Deus num estado <strong>de</strong> perplexida<strong>de</strong> e dúvida. Inestimável<br />

é o privilégio que <strong>de</strong>sfrutamos, mediante o evangelho, <strong>de</strong> livre<br />

acesso a Deus. Ao usar o salmista a expressão, toda carne, ele notifica,<br />

através <strong>de</strong>stas poucas palavras, que o privilégio que então era<br />

peculiar aos ju<strong>de</strong>us, o mesmo se esten<strong>de</strong>ria a todas as nações. Eis<br />

aqui uma predição do futuro reino <strong>de</strong> Cristo.

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