31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 62 • 563<br />

Deus age consistentemente consigo mesmo, e jamais po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>sviar-<br />

-se do que ele disser. Muitos enten<strong>de</strong>m Davi como a dizer que Deus<br />

falou uma vez e uma segunda vez; e que por esta afirmação explícita e<br />

reiterada <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r e misericórdia, ele confirmou a verda<strong>de</strong> além <strong>de</strong><br />

toda e qualquer possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contradição. Há uma passagem que<br />

contém o mesmo efeito no capítulo trinta e três, versículo quatorze, do<br />

livro <strong>de</strong> Jó, on<strong>de</strong> as mesmas palavras são empregadas, tendo apenas a<br />

conjunção como interposição. Se alguém o preferir, contudo, não faço<br />

objeções a outro significado – Deus falou uma vez; duas vezes ouvi isto.<br />

Isso concorda com o contexto e pressupõe uma lição prática <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

importância; pois quando Deus tiver uma vez emitido sua palavra,<br />

jamais se retratará. De um lado, é nosso <strong>de</strong>ver pon<strong>de</strong>rar sobre o que<br />

ele disse, <strong>de</strong>morada e <strong>de</strong>liberadamente; e a intenção <strong>de</strong> Davi então<br />

será que ele consi<strong>de</strong>rou a Palavra <strong>de</strong> Deus à luz <strong>de</strong> um <strong>de</strong>creto, fixo e<br />

irreversível, mas que, como consi<strong>de</strong>rava seu exercício em referência a<br />

ele, então meditava sobre o mesmo vezes e mais vezes, a fim <strong>de</strong> que o<br />

lapso <strong>de</strong> tempo não o obliterasse <strong>de</strong> sua memória. Mas a redação mais<br />

simples e preferível parece ser esta: Deus falou uma vez e outra vez.<br />

Não há consistência na engenhosa conjetura <strong>de</strong> que a alusão po<strong>de</strong>ria<br />

ser que Deus uma vez falou na Lei, e a segunda vez nos Profetas. Nada<br />

mais está embutido além do fato <strong>de</strong> que a verda<strong>de</strong> referida fora simplesmente<br />

confirmada, sendo comumente reputado como certo e fixo<br />

aquilo que tem sido reiteradamente anunciado. Aqui, contudo, <strong>de</strong>ve-<br />

-se lembrar que toda palavra que foi pronunciada por Deus <strong>de</strong>ve ser<br />

recebida com autorida<strong>de</strong> implícita, e não a aprovação dada à abominável<br />

prática da recusa <strong>de</strong> receber uma doutrina, a menos que ela seja<br />

apoiada por duas ou três textos da Escritura. Isto tem sido <strong>de</strong>fendido<br />

por um herege sem princípios [que vive] entre nós, o qual tem tentado<br />

subverter a doutrina da soberana eleição e da secreta providência.<br />

Não era a intenção <strong>de</strong> Davi dizer que Deus estava preso à necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> repetir o que tencionasse anunciar, mas simplesmente afirma a infalibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong> que havia <strong>de</strong>clarado em termos claros e<br />

sem ambigüida<strong>de</strong>. No texto que se segue, ele toma a si como exemplo

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!