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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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566 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

que é testemunha do que sofremos se interporá no <strong>de</strong>vido tempo e não<br />

frustrará nossa paciente expectativa. À luz <strong>de</strong>sta passagem e <strong>de</strong> outras<br />

semelhantes, os papistas tiram argumento em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> sua doutrina<br />

<strong>de</strong> que a justificação e a salvação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das boas obras. Já expus,<br />

porém, a falácia <strong>de</strong> seu raciocínio. Aqui não se faz menção por mais<br />

que lancem mão <strong>de</strong>sta expressão como equivalente a uma afirmação<br />

<strong>de</strong> que Deus galardoa os homens com base nos méritos. É com um <strong>de</strong>sígnio<br />

muito diferente, e não para encorajar tal opinião, que o Espírito<br />

promete galardoar nossas obras, ou seja: para animar-nos nas veredas<br />

da obediência, e não para inflamar aquela ímpia autoconfiança que<br />

corta a salvação pelas próprias raízes. Segundo o juízo que Deus forma<br />

das obras do crente, sua dignida<strong>de</strong> e valor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m primeiro do<br />

perdão gratuito a ele estendido como pecador, e mediante o qual ele<br />

é reconciliado com Deus; e em seguida, da divina con<strong>de</strong>scendência e<br />

indulgência que aceita seus préstimos, 16 não obstante todas as suas<br />

imperfeições. Sabemos não haver nenhuma <strong>de</strong> nossas obras que, à<br />

vista <strong>de</strong> Deus, seja consi<strong>de</strong>rada perfeita ou pura e sem qualquer mácula<br />

<strong>de</strong> pecado. Qualquer recompensa que porventura recebam, <strong>de</strong>ve,<br />

pois, ser atribuída à benevolência divina. Visto que as Escrituras prometem<br />

um galardão aos santos, com a única intenção <strong>de</strong> estimular<br />

suas mentes e encorajá-los no divino combate, e não com o mais remoto<br />

<strong>de</strong>sígnio <strong>de</strong> <strong>de</strong>trair algo da misericórdia divina, é absurdo que<br />

os papistas aleguem que eles, em algum sentido, merecem o que lhes<br />

é concedido. No que respeita aos ímpios, ninguém disputará que o<br />

castigo que lhes é retribuído, como violadores da lei, é estritamente<br />

merecido.<br />

16 “D’une pure douceur et support <strong>de</strong>bonnaire dont il use, il fait qu’i celles soyent acceptees<br />

<strong>de</strong> lui” etc. – v.f.

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