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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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648 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

Deus havia publicamente <strong>de</strong>monstrado ser seu lí<strong>de</strong>r na guerra, e a ele<br />

dirigem com proprieda<strong>de</strong> o cântico <strong>de</strong> triunfo. Faz-se menção <strong>de</strong> coros<br />

distintos empregados em seu serviço, e particularmente <strong>de</strong> instrumentistas<br />

a tocarem seus tamborins; pois, por mais absurda nos pareça tal<br />

prática, era então costume que as mulheres tangessem tal instrumento.<br />

Pelo termo, fonte, 43 da qual são convocados a bendizer a Deus, alguns<br />

<strong>de</strong>duzem o coração, pois sabe-se muito bem que os louvores que proce<strong>de</strong>m<br />

meramente dos lábios, e portanto hipócritas, recebem a divina<br />

reprovação. Eu, porém, imagino ser este o genuíno significado, a saber:<br />

todos os que podiam <strong>de</strong>duzir sua origem do patriarca Jacó são intimados<br />

a louvar ao Senhor. Muitos talvez não conseguissem manter o caráter que<br />

correspondia à sua sublime vocação; mas, como toda a raça havia sido escolhida<br />

por Deus, o salmista, mui apropriadamente, convida a todos a se<br />

engajarem nesse exercício <strong>de</strong>vocional. Ao mesmo tempo, não vejo inconveniência<br />

alguma na opinião, caso alguém persista em preferi-la, ou seja,<br />

que o termo é aqui usado para distinguir os verda<strong>de</strong>iros santos <strong>de</strong> Deus<br />

daqueles que vãmente se vangloriavam <strong>de</strong> ser a posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abraão,<br />

embora houvessem se <strong>de</strong>generado <strong>de</strong> seu espírito. Aqueles que andam<br />

somente nas pegadas da fé <strong>de</strong> Abraão são reconhecidos como seus filhos.<br />

Tem causado certa estranheza em alguns o fato <strong>de</strong>, na <strong>de</strong>scrição geral das<br />

santas assembléias do povo, haver-se atribuído certa preeminência à tribo<br />

<strong>de</strong> Benjamim. Segundo alguns intérpretes, isso se <strong>de</strong>ve à posição que<br />

ela ocupava, por viver próxima a Davi; e o fato <strong>de</strong> dar honra às tribos <strong>de</strong><br />

Zebulom e Naftali, 44 as quais, ainda que estando a uma gran<strong>de</strong> distância,<br />

43 “Metáfora essa <strong>de</strong>notando a posterida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Israel, oriunda, por assim dizer, <strong>de</strong> uma nascente<br />

ou fonte comum.” – Mant. A emenda conjetural do bispo Hare fornece um bom sentido; mas<br />

parece ser <strong>de</strong>snecessária. Em vez <strong>de</strong> rwqmm, mimmekor, ele propõe o termo rwqm, mekor; e então<br />

a passagem ficaria assim:<br />

“A fonte don<strong>de</strong> emanam as bênçãos à raça <strong>de</strong> Israel.”<br />

Horsley traduz assim: “O Senhor do rebanho <strong>de</strong> Israel”; e o explica como proce<strong>de</strong>nte do Messias<br />

que era do rebanho <strong>de</strong> Israel segundo a carne. Fry imagina que a redação mais estrita po<strong>de</strong>ria ser:<br />

“da pedreira <strong>de</strong> Israel; cavado, por assim dizer, <strong>de</strong>sse poço, talhado <strong>de</strong>ssa rocha. Veja-se Isaías 51.1.”<br />

“Olhai para a rocha don<strong>de</strong> fostes cortados,<br />

E para a caverna do poço don<strong>de</strong> fostes cavados.”<br />

44 Zebulom e Naftali ficavam na Galiléia, divididas pela meia tribo <strong>de</strong> Manassés; a primeira pelo<br />

Jordão, a última pelo Lago <strong>de</strong> Genesaré.

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