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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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560 • <strong>Comentário</strong> dos <strong>Salmos</strong><br />

para Deus. Concordaria bem, contudo, com o contraste supor que, sob<br />

uma impressão do pouco efeito que se calculou que a verda<strong>de</strong> anunciada<br />

por ele teria sobre o povo (sempre disposto a construir sobre<br />

esperanças falazes), ele exclama com forte grau <strong>de</strong> santo fervor: Não<br />

obstante etc. Segundo este ponto <strong>de</strong> vista, ele está aqui administrando<br />

uma reprovação à cega infi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> tão prevalecente entre os homens,<br />

e a qual os leva a enganar a si próprios com vãs mentiras em vez <strong>de</strong><br />

confiarem nas infalíveis promessas <strong>de</strong> Jehovah. Tendo tido ocasião <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scobrir uma quantida<strong>de</strong> tão elevada <strong>de</strong> vaida<strong>de</strong> na semente eleita<br />

<strong>de</strong> Abraão, o salmista não nutre escrúpulo algum <strong>de</strong> mencionar toda<br />

a família humana em geral como estando entregue às falsas ilusões. O<br />

advérbio ‏,יחד yachad, juntos, notifica que todos, sem exceção, estão<br />

ansiosos por encontrar uma ocasião para se <strong>de</strong>sviarem [do caminho].<br />

Tal é a extensa con<strong>de</strong>nação que se apossou, não <strong>de</strong> uns poucos indivíduos,<br />

mas da natureza humana, <strong>de</strong>clarando que os homens são<br />

mais leves que a vaida<strong>de</strong>; e <strong>de</strong>ixaríamos <strong>de</strong> perguntar o que é feito,<br />

neste caso, da pretensa razão, sabedoria e livre-arbítrio? Não há objetivo<br />

algum dizer que os crentes estão isentos do engano que aqui<br />

é con<strong>de</strong>nado. Se <strong>de</strong>vem sua isenção da mentira e da vaida<strong>de</strong> à regeneração<br />

do Espírito, então admite-se que estão sujeitos a elas em seu<br />

estado natural. O primeiro homem foi criado por Deus em retidão; em<br />

sua queda, porém, arrastou-nos a uma corrupção tão profunda, que<br />

toda e qualquer luz que lhe foi originalmente concedida ficou totalmente<br />

obscurecida. Alega-se que resta ainda no homem os dons <strong>de</strong><br />

Deus que não <strong>de</strong>vem ser menosprezados, os quais o distinguem <strong>de</strong> todas<br />

as <strong>de</strong>mais criaturas. Isso se respon<strong>de</strong> facilmente, recordando que,<br />

por maiores que estes sejam, o homem está maculado pelo pecado,<br />

e portanto nada po<strong>de</strong> ser contado em seu favor. Só quando aliado ao<br />

conhecimento <strong>de</strong> Deus é que alguns dos dotes a nós conferido do alto<br />

se po<strong>de</strong> dizer que possui alguma excelência real. À parte disso, eles se<br />

acham viciados por aquele contágio do pecado que não <strong>de</strong>ixou sequer<br />

um vestígio no homem <strong>de</strong> sua integrida<strong>de</strong> original. Com sobeja razão,<br />

pois, pô<strong>de</strong> Davi dizer que todos os homens são vaida<strong>de</strong> e nulida<strong>de</strong>.

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