31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 48 • 343<br />

cipalmente e <strong>de</strong> uma forma bem particular em sua Igreja, o profeta<br />

mui corretamente põe ante nossos olhos este espelho, no qual Deus<br />

fornece uma representação mais clara e vívida <strong>de</strong> seu caráter. Ao<br />

chamar Jerusalém, o santo monte, ele nos ensina numa só palavra,<br />

por qual direito e meio ela chegou a ser, <strong>de</strong> uma maneira peculiar, a<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus. Isso se <strong>de</strong>u em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> a arca do concerto ter sido<br />

colocada ali por divina <strong>de</strong>terminação. A substância da expressão é<br />

esta: Se Jerusalém é, por assim dizer, um belo e magnificente teatro<br />

no qual Deus manifesta a gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong> sua majesta<strong>de</strong>, não é <strong>de</strong>vido a<br />

quaisquer méritos que porventura ela possua, mas porque a arca do<br />

concerto fora estabelecida ali pelo mandamento <strong>de</strong> Deus como um<br />

emblema ou símbolo <strong>de</strong> seu peculiar favor.<br />

2. Formoso pela localização, a alegria <strong>de</strong> toda a terra, é o monte<br />

Sião. Pela confirmação da <strong>de</strong>claração feita na cláusula prece<strong>de</strong>nte,<br />

o profeta celebra as excelências pela quais o monte Sião se tornou<br />

famoso naquele tempo; e nelas podia ser vista a glória <strong>de</strong> Deus, da<br />

qual acabei <strong>de</strong> falar. A formosura <strong>de</strong> sua localização, a qual ele menciona<br />

em primeiro lugar, era <strong>de</strong>veras natural; mas com isso ele nos dá<br />

a enten<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o próprio início a agradável aparência da cida<strong>de</strong><br />

havia gravado nela marcas do favor divino, <strong>de</strong> modo que pela simples<br />

contemplação <strong>de</strong>la <strong>de</strong>monstrava-se que Deus havia <strong>de</strong> uma forma especial<br />

adornado e enriquecido esse lugar, com vistas <strong>de</strong> o mesmo ser,<br />

em algum período futuro, <strong>de</strong>dicado a propósitos sacros. Entretanto,<br />

não creio que a localida<strong>de</strong> seja qualificada <strong>de</strong> bela e prazenteira meramente<br />

porque ela era inigualável na província da Judéia; pois outras<br />

cida<strong>de</strong>s, como é bem notório, que não eram <strong>de</strong> forma alguma inferior a<br />

Jerusalém, quer por suas fortificações quer beleza da localida<strong>de</strong>, bem<br />

como outras vantagens. Em minha opinião, juntamente com a localização<br />

da cida<strong>de</strong>, o salmista junta a glória que ela <strong>de</strong>rivou <strong>de</strong> outra fonte<br />

– <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a circunstância em que o templo foi ali erigido. Quando, pois,<br />

ouvimos a beleza da cida<strong>de</strong> ser aqui celebrada, evoquemos nossa memória<br />

<strong>de</strong> que a beleza espiritual que foi adicionada à beleza natural do<br />

lugar, então o profeta anunciou que a arca habitaria ali para sempre.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!