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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 62 • 565<br />

seu po<strong>de</strong>r, a fim <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos nutrir plena convicção <strong>de</strong> ser ele um<br />

seguro refúgio para todos quantos se entregam ao seu cuidado. A isso<br />

<strong>de</strong>vemos juntar a confiança em sua misericórdia, a fim <strong>de</strong> impedir os<br />

ansiosos pensamentos que <strong>de</strong> outra forma brotariam em nossa mente.<br />

Esta po<strong>de</strong>ria sugerir a dúvida: Ora, se Deus governa o mundo, segue-<br />

-se, então, que ele se preocupará com objetos tão sem valor como nós<br />

somos?<br />

Há uma óbvia razão, pois, para o salmista associar estas duas coisas:<br />

seu po<strong>de</strong>r e sua clemência. Estas são as duas asas com as quais<br />

voamos para o céu; as duas colunas entre as quais <strong>de</strong>scansamos e po<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong>safiar as procelosas vagas da tentação. Os perigos, em suma,<br />

surgem <strong>de</strong> qualquer canto, e por isso temos <strong>de</strong> nos lembrar que o divino<br />

po<strong>de</strong>r que po<strong>de</strong> coibir todos os males, e enquanto tal sentimento<br />

prevalecer em nossa mente, nossos problemas não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

cair prostrados diante do divino po<strong>de</strong>r. Por que temeríamos? Como<br />

é possível temermos quando o Deus que nos cobre com a sombra <strong>de</strong><br />

suas asas é o mesmo que governa o universo com um gesto seu, mantém<br />

secretas as ca<strong>de</strong>ias do diabo e <strong>de</strong> todos os ímpios, e eficazmente<br />

administra os <strong>de</strong>sígnios e intrigas <strong>de</strong>les?<br />

O salmista adiciona: Certamente retribuirás a cada um segundo<br />

suas obras. E aqui ele apresenta o que disse para ter ainda mais perto<br />

o ponto que estabeleceria, <strong>de</strong>clarando que o Deus que governa o<br />

mundo por sua providência o julgará com justiça. A expectativa disto,<br />

<strong>de</strong>vidamente apreciada, terá um feliz efeito na disposição <strong>de</strong> nossa<br />

mente, acalmando a impaciência e restringindo qualquer disposição<br />

ao ressentimento e retaliação em face <strong>de</strong> nossas injúrias. Ao colocar<br />

a si e aos outros diante do tribunal <strong>de</strong> Deus, ele anima seu coração<br />

na esperança daquele livramento que era iminente e se convence a<br />

<strong>de</strong>sprezar a insolente perseguição <strong>de</strong> seus inimigos, ao consi<strong>de</strong>rar<br />

que toda obra humana terá que entrar em juízo diante daquele que,<br />

para cessar <strong>de</strong> ser Juiz, teria que negar-se a si mesmo. Po<strong>de</strong>mos, pois,<br />

<strong>de</strong>scansar seguros, por mais graves sejam nossos erros, ainda que os<br />

ímpios nos consi<strong>de</strong>rem o lixo e o refugo <strong>de</strong> todas as coisas, que o Deus

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