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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 50 • 387<br />

Demandava-se este modo veemente <strong>de</strong> falar ao dirigir-se aos hipócritas,<br />

para que se <strong>de</strong>spertassem <strong>de</strong> sua complacente segurança e sua<br />

séria atenção se pren<strong>de</strong>sse à mensagem <strong>de</strong> Deus. Os ju<strong>de</strong>us tinham especial<br />

necessida<strong>de</strong> acordassem para a questão a que se faz referência aqui.<br />

Os homens são naturalmente dispostos a exibição exterior da religião,<br />

e, medindo Deus segundo a própria medida <strong>de</strong>les, imaginam que certa<br />

atenção para as cerimônias constitui a suma <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>ver. Há entre os<br />

ju<strong>de</strong>us uma forte disposição para <strong>de</strong>scansar na observância das figuras<br />

da lei, e é bem notório com que severida<strong>de</strong> os profetas em comum acordo<br />

repreendiam tal superstição, mediante a qual os piores e mais dissolutos<br />

caracteres era levados a arrogar para si uma vida <strong>de</strong> pieda<strong>de</strong> e a ocultar<br />

suas abominações sob a ilusória vestimenta <strong>de</strong> santida<strong>de</strong>. O profeta,<br />

pois, <strong>de</strong>mandava que se fizesse muito mais que simplesmente expor a<br />

<strong>de</strong>fectiva natureza daquele culto que <strong>de</strong>svia a atenção dos homens <strong>de</strong> fé<br />

e santida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração para as cerimônias externas. Fazia-se necessário<br />

que, a fim <strong>de</strong> refrear a falsa confiança e banir a insensibilida<strong>de</strong>, ele adotasse<br />

o estilo <strong>de</strong> reprovação austera. Deus é aqui representado como a<br />

citar todas as nações da terra a comparecerem diante <strong>de</strong> seu tribunal,<br />

não com vistas a prescrever a regra <strong>de</strong> pieda<strong>de</strong> para um mundo congregado,<br />

ou a selecionar uma igreja para seu serviço, mas com o propósito<br />

<strong>de</strong> alarmar os hipócritas e a espantá-los <strong>de</strong> sua autocomplacência. Isso<br />

<strong>de</strong>ve servir <strong>de</strong> estímulo para a convicção, e assim tornar consciente que<br />

o mundo inteiro foi convocado como testemunha da dissimulação <strong>de</strong>les,<br />

e que seriam <strong>de</strong>spidos daquela pretensa pieda<strong>de</strong> da qual se dispunham<br />

a jactar-se. É com um objetivo similar que ele fala <strong>de</strong> Jehovah como o<br />

Deus dos <strong>de</strong>uses, para dominar suas mentes com um terror saudável e<br />

dissuadi-los <strong>de</strong> suas vãs tentativas e evadir-se do conhecimento divino.<br />

Que este é seu <strong>de</strong>sígnio, far-se-á ainda mais evi<strong>de</strong>nte à luz do contexto<br />

restante, on<strong>de</strong> se nos apresenta uma formidável <strong>de</strong>scrição da majesta<strong>de</strong><br />

lançar obscurida<strong>de</strong> sobre o todo, pelo quê seu <strong>de</strong>sígnio é obscurecido e o poema privado <strong>de</strong> sua<br />

consistência e unida<strong>de</strong>. O gran<strong>de</strong> propósito do Salmo é comunicar o juízo divino com referência<br />

ao povo ju<strong>de</strong>u; e céu e terra são convocados, como em Isaías 1.2, para contemplarem a justiça <strong>de</strong><br />

Jehovah e dar seu testemunho <strong>de</strong>la.”

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