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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 58 • 509<br />

[vv. 10-11]<br />

O justo se alegrará quando vir 13 a vingança; ele lavará suas mãos no sangue<br />

do perverso. 14 E um homem dirá: Deveras há uma recompensa (literalmente,<br />

fruto 15 ] para o justo; <strong>de</strong>veras há um Deus que julga na terra.<br />

10. O justo se alegrará quando vir a vingança. Po<strong>de</strong> parecer, à primeira<br />

vista, que o sentimento aqui atribuído aos justos está longe <strong>de</strong><br />

ser consistente com a misericórdia que os <strong>de</strong>ve caracterizar. Devemos<br />

lembrar, porém, como já observei em outro passo, que o sentimento<br />

que Davi preten<strong>de</strong> imputar-lhes é <strong>de</strong> um gênero puro e bem equilibrado;<br />

e nesse caso não há qualquer absurdo em presumir que os crentes,<br />

sob a influência e diretriz do Espírito Santo, <strong>de</strong>vam regozijar-se em<br />

ser testemunhas da execução dos juízos divinos. Aquela cruel satisfação<br />

que tantos sentem quando vêem seus inimigos <strong>de</strong>struídos é o<br />

resultado das profanas paixões do ódio, da ira, ou da impaciência, nos<br />

induzindo a um <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nado <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> vingança. Enquanto se permitir<br />

que a corrupção opere <strong>de</strong>ssa maneira, não po<strong>de</strong> haver qualquer<br />

direito ou exercício aceitável. Por outro lado, quando alguém é levado<br />

por um santo zelo a simpatizar com a retidão daquela vingança<br />

que Deus po<strong>de</strong>ria ter infligido, sua alegria será tão pura em <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a<br />

retribuição do perverso, quanto seu <strong>de</strong>sejo por sua conversão e salvação<br />

era forte e sincero. Deus não é <strong>de</strong>stituído <strong>de</strong> sua misericórdia em<br />

manifestar, em ocasiões próprias, a severida<strong>de</strong> do Juiz, ao tentar <strong>de</strong><br />

todas as formas, porém em vão, em trazer o pecador ao arrependimento,<br />

tampouco po<strong>de</strong> o exercício <strong>de</strong> tal severida<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado uma<br />

impugnação <strong>de</strong> sua clemência; e, <strong>de</strong> uma forma semelhante, o justo<br />

<strong>de</strong>ve anelar ar<strong>de</strong>ntemente pela conversão <strong>de</strong> seus inimigos, bem como<br />

<strong>de</strong>monstrar muita paciência ante a injúria, com vistas a convocá-los<br />

para o caminho da salvação. Quando, porém, a voluntária obstinação<br />

os conduz por fim à hora da retribuição, é muitíssimo natural que<br />

13 “Ou, pource qu’il aura veu. “ – n.m.f. “Ou, porque ele vê.”<br />

14 “A similitu<strong>de</strong> é tomada da fúria das batalhas, nas quais a efusão <strong>de</strong> sangue é tão gran<strong>de</strong> que<br />

molha os pés dos vitoriosos no conflito.” – Walford.<br />

15 A recompensa é o fruto <strong>de</strong> obediência (Is 53.10).

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