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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 31 • 13<br />

critura on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos com mais eficácia corrigir nossa incerteza. Ela nos<br />

ensina, em primeiro lugar, que os fiéis não <strong>de</strong>ve atormentar-se acima da<br />

medida com infelizes preocupações e ansieda<strong>de</strong>s; e, em segundo lugar,<br />

não <strong>de</strong>vem viver tão dominados pelos temores ao ponto <strong>de</strong> cessarem <strong>de</strong><br />

realizar seus <strong>de</strong>veres; nem <strong>de</strong>finhar e <strong>de</strong>sfalecer <strong>de</strong> tal maneira ao ponto<br />

<strong>de</strong> se valerem <strong>de</strong> vãs esperanças e <strong>de</strong> enganosos auxílios; nem dar vazão<br />

aos temores e aos estresses; e, por fim, que não temam a morte, a qual,<br />

ainda que <strong>de</strong>strua o corpo, não po<strong>de</strong> extinguir a alma. Este <strong>de</strong>veras <strong>de</strong>ve<br />

ser nosso principal argumento a fim <strong>de</strong> subjugar todas as tentações, a<br />

saber, que Cristo, ao encomendar sua alma a seu Pai, garantiu a proteção<br />

das almas <strong>de</strong> todo o seu povo. Estêvão, pois, o invoca para que fosse seu<br />

guardador, dizendo: “Senhor Jesus, recebe meu espírito” [At 7.59]. Uma<br />

vez que a alma é a se<strong>de</strong> da vida, ela, neste respeito, como é bem notório,<br />

é usada para significar vida.<br />

Tu me redimiste. Alguns traduzem o pretérito, aqui, no futuro;<br />

em minha opinião, porém, sem qualquer fundamento. Pois a mim se<br />

faz evi<strong>de</strong>nte que Davi está aqui se animando a continuar confiando<br />

em Deus, evocando a lembrança das provas <strong>de</strong> seu favor, o qual ele<br />

já havia experimentado. 6 Estar plenamente persuadido <strong>de</strong> que Deus<br />

vigiará nossa vida não é um tênue consolo para o futuro, porquanto<br />

ele já é nosso libertador. Daí o título pelo qual Davi reconhece a Deus.<br />

Ele o chama verda<strong>de</strong>iro ou fiel, porquanto crê que Deus continuará<br />

sendo para sempre o mesmo em relação a ele, como sempre o foi. Conseqüentemente,<br />

isto é como se fosse um vínculo pelo qual ele une os<br />

benefícios divinos anteriores, os quais lhe conferiram confiança para<br />

orar, e a esperança <strong>de</strong> socorro no porvir; como se dissesse: Senhor,<br />

tu que és sempre o mesmo e não mudas tua mente como o fazem os<br />

homens, já provaste <strong>de</strong> muitas maneiras que tu és o <strong>de</strong>fensor <strong>de</strong> minha<br />

vida; agora, pois, confio minha vida às tuas mãos, da qual tens<br />

sido o preservador. Aqui, o que Davi <strong>de</strong>clara concernente à sua vida<br />

6 Horsley, enquanto sua tradução é semelhante à <strong>de</strong> Calvino: “Tu me livraste”, adota um ponto<br />

<strong>de</strong> vista um pouco distinto do significado. “Tu tens, isto é, com toda certeza. – A coisa é tão certa<br />

como se já estivesse feita.”

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