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Manuel Teixeira, Florbela Guedes: Novos paradigmas de Comunicação
No caso da CMP pode dizer-se que esta postura encerra uma estratégia global aplicada
a todo o projecto ou, melhor dizendo, ao programa eleitoral que foi maioritariamente
sufragado pelos eleitores. Esta começa por ser, desde logo, uma diferença primordial
nas relações políticos/jornalistas/opinião pública.
Por isso mesmo, desencadeou polémicas, braços-de-ferro com a própria imprensa,
mas também mereceu e continua a merecer a curiosidade e a constituir um objecto de
estudo na área das Ciências da Comunicação, nomeadamente no ramo da
Comunicação Institucional, em que as relações Públicas assumem um papel de
liderança.
2.1. Restaurar a credibilidade da função política
Na base desta opção estratégica ou melhor dizendo política, encontra-se um profundo
desencanto (discordância) do Presidente com alguns dos principais pilares do regime
democrático, em relação aos quais nos interessa destacar aqui o comportamento da
classe política e do exercício do jornalismo e das suas más práticas.
O actual Presidente da CMP e da Junta Metropolitana do Porto acumula uma vasta
experiência política, desde que ainda muito jovem presidiu a associações académicas e
políticas, tendo passado posteriormente pela Assembleia da República como deputado
do PSD, na área da Economia e Finanças, durante aproximadamente dez anos – altura
em que foi eleito de forma surpreendente para muitos para a Presidência da Câmara
do Porto, ao ponto de até hoje ser apontado como responsável pela queda do Governo
socialista, então liderado por António Guterres (2002), que se demitiu nessa noite
eleitoral, logo depois de serem conhecidos os resultados da Câmara do Porto que
tinha sido presidida por um socialista durante 12 anos, e cuja recandidatura foi
rejeitada pelos eleitores.
Ao longo dos anos teve oportunidade de manifestar publicamente o seu repúdio pelos
chamados poderes fáticos – onde inclui a Comunicação Social, mas não só - criticando
a “arrogância” e a substituição dos verdadeiros poderes políticos e institucionais, por
pequenos poderes que, segundo ele, são exercidos e comandados por lobbys de
interesses que corroem o regime democrático.
Desta forma, quando assumiu a liderança da Câmara Municipal do Porto, um cargo
considerado de maior peso político que o dos próprios Ministros do Governo de
Portugal, seguiu um caminho contra todas as práticas habituais. Não vamos aqui falar
de rupturas políticas, mas apenas das relações com a Comunicação Social, integradas
num modelo de comunicação que inclui os vários ramos das chamadas Relações
Públicas.
# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 188/222 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293
C/ Salud, 15 5º dcha. 28013 – Madrid | CIF: G - 84075977 | www.icono14.net
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