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Manuel Teixeira, Florbela Guedes: Novos paradigmas de Comunicação
Sobre esta matéria, podemos tirar uma conclusão: para além da comunicação directa
protagonizada e incentivada pelo município, a Comunicação Social, enquanto formadora de
opinião pública, e apesar do seu cada vez maior divórcio em relação ao eleitorado, coloca os
assuntos na ordem dia, mas não diz às pessoas como devem pensar. Mesmo sendo crítica,
pode ajudar a formar uma opinião positiva sobre um indivíduo ou um projecto. De qualquer
maneira, a estratégia comunicacional continua a ser indispensável.
Nesta lógica da Comunicação Organizacional ou das Relações Públicas aplicadas à
Comunicação Interna, destaca-se ainda a dignificação do espaço físico dos Paços do Concelho
e da recuperação dos seus principais emblemas,
cujo simbolismo aparece novamente ligado ao
prestígio e ao verdadeiro poder da instituição,
ao contrário do que vinha acontecendo ao longo
dos anos, em que as atribuições de galardões
sugeriam apenas “trocas de favores” ou de votos,
habituais na actual lógica de Comunicação
Política.
Assim, o Protocolo conquistou de novo um papel de destaque nos
eventos e cerimónias comemorativas, recepções ou visitas de Estado ao
Palácio Municipal.
Amaral, especialista em Protocolo, lembra que “Oscar Wilde dizia que
estar dentro da alta sociedade é apenas um aborrecimento, mas estar fora dela é
uma verdadeira tragédia”. E acrescenta: “Sem ir tão longe e, salvo melhor
opinião, creio que, na maioria das profissões, o comportamento social tem um
papel social e, por isso, os conhecimentos do protocolo empresarial ajudam a ter
mais êxito” (2000, p.22)
Anualmente, a CMP organiza pelo menos duas sessões comemorativas
distintas: a eleição do Presidente, que serve essencialmente para
reafirmar as principais linhas do seu projecto, e o aniversário da
Revolução Democrática, a 25 de Abril.
Na primeira, encontramos duas componentes distintas: a parte festiva e a mais “solene”. As
duas conjugadas servem para relembrar e prestar contas à cidade do projecto em curso. Na
cerimónia, destacam-se algumas regras protocolares como a utilização do colar do Presidente
e dos Vereadores (usados apenas em sessões solenes ou visitas de Estado), a presença de um
convidado de honra para falar de um tema de importância para a região ou para o país, com o
respectivo leque de convidados e precedências ditadas habitualmente pelo Protocolo de
Estado.
No caso da cerimónia comemorativa do “25 de Abril”, a actual liderança da autarquia
aproveita esta ocasião para distinguir cidadãos que se destacaram ao serviço da cidade ou
# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 188/222 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293
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