08.05.2013 Views

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ana Mafalda dos Santos: Gestão da comunicação <strong>de</strong> crise em organizações públicas e privadas<br />

1. Primeira parte – Enquadram<strong>en</strong>to Conceptual<br />

1.1. Socieda<strong>de</strong> Pós-Industrial<br />

No início da década <strong>de</strong> 60, o sociólogo norte-americano Daniel Bell foi quem primeiro<br />

p<strong>en</strong>sou e dissecou o conceito <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> pós-industrial. As t<strong>en</strong>dências que observava nesse<br />

período nos Estados Unidos da América seriam, a seu ver, repres<strong>en</strong>tativas da t<strong>en</strong>dência<br />

evolutiva <strong>de</strong> todos os países industrializados. Em prospectiva, procurava sistematizar as<br />

limitações e constrangim<strong>en</strong>tos da evolução social, económica e tecnológica, mas também da<br />

organização política ou das repres<strong>en</strong>tações culturais.<br />

Segundo o autor, a socieda<strong>de</strong> pós-industrial <strong>de</strong>fine-se através <strong>de</strong> cinco dim<strong>en</strong>sões<br />

predominantes: a prevalência da prestação <strong>de</strong> serviços sobre a produção <strong>de</strong> b<strong>en</strong>s; o gran<strong>de</strong><br />

crescim<strong>en</strong>to das profissões técnicas e <strong>de</strong> especialistas, em <strong>de</strong>trim<strong>en</strong>to dos operários<br />

industriais; a asc<strong>en</strong>são da tecnologia como elem<strong>en</strong>to <strong>de</strong>cisivo do <strong>de</strong>s<strong>en</strong>volvim<strong>en</strong>to<br />

económico-social; uma nova metodologia do raciocício capaz <strong>de</strong> dar resposta a problemas<br />

com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> variáveis em interacção; e ainda a cresc<strong>en</strong>te importância do saber<br />

teórico codificado – consubstanciada na estreita ligação <strong>en</strong>tre os c<strong>en</strong>tros <strong>de</strong> saber ci<strong>en</strong>tífico e<br />

as organizações produtivas (Bell, 1976). Bell <strong>en</strong>t<strong>en</strong>dia, pois, a informação como a principal<br />

fonte <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, cujo controlo passara a ser dominante para a obt<strong>en</strong>ção e manut<strong>en</strong>ção do<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>cisório.<br />

Naturalm<strong>en</strong>te, outros autores procuraram teorizar a temática do pós-industrialismo, tal como<br />

Baudrillard que escreve sobre a socieda<strong>de</strong> da “pós-escassez” (1975), Toffler que problematiza<br />

a “terceira vaga” (1980), McLuhan ao <strong>de</strong>f<strong>en</strong><strong>de</strong>r a existência <strong>de</strong> uma nova “socieda<strong>de</strong><br />

informacional” (1989), ou Jean-François Lyotard quando interliga os conceitos <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong><br />

pós-industrial e <strong>de</strong> cultura pós-mo<strong>de</strong>rna (1989). Também Alain Touraine (1970)<br />

problematiza esta questão, utilizando o conceito <strong>de</strong> “socieda<strong>de</strong> programada” para <strong>de</strong>f<strong>en</strong><strong>de</strong>r a<br />

teoria <strong>de</strong> que, se aquilo que marca a socieda<strong>de</strong> industrial é a acumulação <strong>de</strong> capital, na<br />

socieda<strong>de</strong> pós-industrial é a programação <strong>de</strong> recursos por parte <strong>de</strong> cada grupo social, com o<br />

intuito <strong>de</strong> t<strong>en</strong>tar mo<strong>de</strong>lar o mais possível a época com o selo da sua própria racionalida<strong>de</strong>. As<br />

novas classes dominantes são, pois, aquelas que <strong>de</strong>têm o conhecim<strong>en</strong>to e a informação, e<br />

através <strong>de</strong>les procuram fazer aceitar os seus interesses privados como se fossem realm<strong>en</strong>te os<br />

interesses gerais da socieda<strong>de</strong>. (Freire, 1993). Tal como diz Adriano Duarte Rodrigues, “a<br />

Comunicação serve, no nosso tempo, para legitimar discursos, comportam<strong>en</strong>tos e acções, tal<br />

como a religião nas socieda<strong>de</strong>s tradicionais, o progresso nas socieda<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas ou a produção<br />

na socieda<strong>de</strong> industrial: é o mais rec<strong>en</strong>te instrum<strong>en</strong>to mobilizador, disponível para provocar<br />

efeitos <strong>de</strong> cons<strong>en</strong>so universalm<strong>en</strong>te aceite nos mais diversos domínios da experiência<br />

mo<strong>de</strong>rna” (1994: 13).<br />

# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 801/817 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293<br />

C/ Salud, 15 5º dcha. 28013 – Madrid | CIF: G - 84075977 | www.icono14.net<br />

804

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!