08.05.2013 Views

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ana Mafalda dos Santos: Gestão da comunicação <strong>de</strong> crise em organizações públicas e privadas<br />

planeam<strong>en</strong>to e gestão, temos vindo rec<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te a verificar t<strong>en</strong>dências, por parte da<br />

Administração Pública, no s<strong>en</strong>tido da aproximação às instituições privadas e às suas<br />

ori<strong>en</strong>tações estratégicas, em busca <strong>de</strong> uma maior proximida<strong>de</strong> com os cidadãos. De facto,<br />

constituindo estes a cli<strong>en</strong>tela (no s<strong>en</strong>tido do conjunto dos utilizadores dos serviços) da<br />

Administração Pública, prem<strong>en</strong>te se torna a pronta e eficaz satisfação das necessida<strong>de</strong>s<br />

colectivas, através da personalização e simplificação das relações com os ut<strong>en</strong>tes. Procura,<br />

pois, o Estado <strong>en</strong>cetar uma política <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização administrativa em que aos ut<strong>en</strong>tes se<br />

reconheça a posição a que têm direito. Pierre Zémor (apud Barros, A. & Bernar<strong>de</strong>s, C.: em<br />

linha), <strong>de</strong>staca <strong>en</strong>tre outras funções da comunicação pública:<br />

a) informar a<strong>de</strong>quadam<strong>en</strong>te o público, o que implica levar ao conhecim<strong>en</strong>to da população<br />

noticiário abrang<strong>en</strong>te e contextualizado, além <strong>de</strong> prestar contas sobre os serviços prestados<br />

pela instituição e valorizar a cultura dos receptores;<br />

b) contribuir para assegurar e fortalecer as relações sociais (s<strong>en</strong>tim<strong>en</strong>to <strong>de</strong> pert<strong>en</strong>cer ao<br />

coletivo, tomada <strong>de</strong> consciência do cidadão <strong>en</strong>quanto ator social e político);<br />

c) acompanhar as mudanças, tanto as comportam<strong>en</strong>tais quanto as da organização social;<br />

d) alim<strong>en</strong>tar o conhecim<strong>en</strong>to cívico.<br />

De facto, <strong>de</strong>ve o aparelho do Estado compre<strong>en</strong><strong>de</strong>r pl<strong>en</strong>am<strong>en</strong>te os cidadãos como a cli<strong>en</strong>tela<br />

da Administração Pública, e correspon<strong>de</strong>r-lhes com prontidão e eficácia. Todavia, alguma<br />

at<strong>en</strong>ção é sufici<strong>en</strong>te para <strong>en</strong>contrarmos disfunções nas características e tarefas que<br />

singularizam esta estrutura. A comunicação, por exemplo, é nalguns sectores consi<strong>de</strong>rada<br />

ap<strong>en</strong>as como elem<strong>en</strong>to <strong>de</strong> trabalho, <strong>en</strong>quanto m<strong>en</strong>sagem a transmitir <strong>de</strong> emissor para<br />

receptor. Trata-se <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> tipo mecanicista, em que o conteúdo da informação é<br />

operatório, no s<strong>en</strong>tido em que <strong>de</strong>screve tarefas, métodos utilizados e resultados esperados. A<br />

comunicação é nestes casos ess<strong>en</strong>cialm<strong>en</strong>te formal e <strong>de</strong> tipo <strong>de</strong>sc<strong>en</strong><strong>de</strong>nte, servindo<br />

basicam<strong>en</strong>te para dirigir e coor<strong>de</strong>nar as activida<strong>de</strong>s das pessoas, com vista ao alcance <strong>de</strong><br />

objectivos g<strong>en</strong>ericam<strong>en</strong>te <strong>de</strong>finidos - contrariam<strong>en</strong>te ao que acontece na iniciativa privada<br />

(Almeida, 2000).<br />

Encontramos, pois, no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> alguma forma ainda vig<strong>en</strong>te na Administração<br />

Pública, clara inspiração no sistema <strong>de</strong> organização burocrático, cujas i<strong>de</strong>ias fundam<strong>en</strong>tais são<br />

apres<strong>en</strong>tadas na década <strong>de</strong> 20, e provêm da obra “Economia e Socieda<strong>de</strong>” do filósofo e sociólogo<br />

Max Weber (1864-1920). Para o autor, este “tipo i<strong>de</strong>al” <strong>de</strong> administração materializaria<br />

ci<strong>en</strong>tificida<strong>de</strong> histórica adaptada ao Estado mo<strong>de</strong>rno e à socieda<strong>de</strong> capitalista, s<strong>en</strong>do pois, na<br />

sua perspectiva, um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> organização próprio da socieda<strong>de</strong> racional/legal que suce<strong>de</strong>u<br />

às socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tipo tradicional 1 e carismático 2 . A maior virtu<strong>de</strong> que se tem apontado à<br />

1 “Que ocorre quando as or<strong>de</strong>ns do superior são <strong>en</strong>t<strong>en</strong>didas como justificadas com fundam<strong>en</strong>to na tradição”<br />

(Littlejohn, 1982: 292).<br />

# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 801/817 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293<br />

C/ Salud, 15 5º dcha. 28013 – Madrid | CIF: G - 84075977 | www.icono14.net<br />

810

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!