08.05.2013 Views

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Manuel Teixeira, Florbela Gue<strong>de</strong>s: Novos paradigmas <strong>de</strong> Comunicação<br />

<strong>de</strong> Reconhecim<strong>en</strong>to (Esteves, 2003). Ou seja a busca <strong>de</strong> reconhecim<strong>en</strong>to e visibilida<strong>de</strong> feita<br />

(quase) exclusivam<strong>en</strong>te através dos media tem-se revelado perniciosa, pois se, por um lado os<br />

média conseguem garantir visibilida<strong>de</strong>, por outro a teatralização que faz da vida política não<br />

permite que os cidadãos e os políticos construam uma relação estruturada no verda<strong>de</strong>iro<br />

Reconhecim<strong>en</strong>to.<br />

Reconhecim<strong>en</strong>to seria <strong>en</strong>tão 3<br />

, segundo Axel Honneth (2003), uma relação estabelecida<br />

eticam<strong>en</strong>te que cada um comunica o seu Eu e se confronta com o Outro, e é esse confronto<br />

que possibilita a cada um a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> novas pot<strong>en</strong>cialida<strong>de</strong>s em si, logo <strong>de</strong> novas acções<br />

sobre o mundo (i<strong>de</strong>m).<br />

Porém, os media tornam-se progressivam<strong>en</strong>te os lugares on<strong>de</strong> se procura o reconhecim<strong>en</strong>to<br />

<strong>de</strong> si, on<strong>de</strong> se procura estabelecer ligações. Ligar-se ao mundo não é ligar-se eticam<strong>en</strong>te ao<br />

Outro mas sim tornar-se (mediaticam<strong>en</strong>te) visível. Como tal, as estruturas <strong>de</strong><br />

Reconhecim<strong>en</strong>to pert<strong>en</strong>cem hoje, ou parecem pert<strong>en</strong>cer, em gran<strong>de</strong> parte, aos dispositivos<br />

tecnológicos <strong>de</strong> comunicação, nos quais cada um se torna visível ao outro e a si mesmo, on<strong>de</strong><br />

a reprodução espectacular <strong>de</strong> uma imagem parece satisfazer todas as necessida<strong>de</strong>s e legitimar<br />

todas as acções.<br />

5. 3. A segregação dos media em relação aos actores<br />

Embora s<strong>en</strong>do o lugar do reconhecim<strong>en</strong>to, os media, <strong>en</strong>quanto Espaço Público, não<br />

permitem o acesso a todos. São efectivam<strong>en</strong>te o lugar <strong>de</strong> reconhecim<strong>en</strong>to para alguns. São<br />

esses, políticos, indivíduos ou grupos, que conseguem fazer p<strong>en</strong>etrar na esfera pública as suas<br />

capacida<strong>de</strong>s, as suas características que passam a ser percepcionadas como algo a seguir, a<br />

imitar (mesmo que parcialm<strong>en</strong>te). Ora, em nosso <strong>en</strong>t<strong>en</strong><strong>de</strong>r, este mecanismo produz<br />

justam<strong>en</strong>te uma relação cada vez mais <strong>de</strong>sfasada <strong>en</strong>tre os políticos e os cidadãos.<br />

1º- Há políticos, partidos, ou grupos sociais que nunca têm acesso aos media, ou têm-no<br />

ap<strong>en</strong>as <strong>de</strong> forma negativa. Ou seja, são mostrados sempre em situações negativas, são falados<br />

nos discursos mas nunca lhes é dada a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>en</strong>unciarem o seu próprio discurso.<br />

2º- Os media adoptam quadros <strong>de</strong> s<strong>en</strong>tido tão rígidos que aqueles que não po<strong>de</strong>m ou não<br />

querem adoptar mimeticam<strong>en</strong>te estes quadros <strong>de</strong> s<strong>en</strong>tido, são imediatam<strong>en</strong>te invisibilizados.<br />

3º - Ao veicularem quadros <strong>de</strong> s<strong>en</strong>tido mais ou m<strong>en</strong>os homogéneos reduzem a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> surgirem, no Espaço Público, vozes dissonantes, temas inovadores, que sejam discutidos<br />

problemas lat<strong>en</strong>tes, etc.<br />

Se nas teorias pós-mo<strong>de</strong>rnas os indivíduos são apres<strong>en</strong>tados como sujeitos passivos receb<strong>en</strong>do<br />

e assimilando i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s propostas pelos dispositivos mediáticos, o conceito <strong>de</strong><br />

Reconhecim<strong>en</strong>to proposto por Mead e Hegel mostra que essa leitura é superficial, que ela<br />

3 Honneth constrói o conceito <strong>de</strong> Reconhecim<strong>en</strong>to a partir da obra <strong>de</strong> Hegel,segundo a qual «a liberda<strong>de</strong> universal e individual<br />

constrói- se pelo exercício comunicativo dos usos e costumes <strong>de</strong> uma colectivida<strong>de</strong>, como um medium social no qual se <strong>de</strong>ve efectuar a<br />

integração da liberda<strong>de</strong> geral e individual».<br />

# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 188/222 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293<br />

C/ Salud, 15 5º dcha. 28013 – Madrid | CIF: G - 84075977 | www.icono14.net<br />

219

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!