08.05.2013 Views

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Manuel Teixeira, Florbela Gue<strong>de</strong>s: Novos paradigmas <strong>de</strong> Comunicação<br />

Na mesma lógica, Noam Chomsky relaciona esta técnica com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espicaçar a<br />

população para que apoie av<strong>en</strong>turas no estrangeiro. Estamos a falar <strong>de</strong> participação em<br />

conflitos como as duas guerras mundiais, já faladas, a guerra do Vietname, do Golfo ou o 11<br />

<strong>de</strong> Setembro.<br />

No caso da actual Presidência da Câmara do Porto nunca existiu esta prática. As Relações<br />

com a Comunicação Social são ap<strong>en</strong>as institucionais. Por uma questão <strong>de</strong> opção estratégicopolítica<br />

(já abordada no início <strong>de</strong>ste estudo <strong>de</strong> caso), mas também em função das práticas<br />

seguidas pela impr<strong>en</strong>sa local em relação aos temas relacionados com a gestão da autarquia e da<br />

cida<strong>de</strong>.<br />

A Assessoria <strong>de</strong> Impr<strong>en</strong>sa, tal como as outras áreas <strong>de</strong> Comunicação Estratégica está<br />

c<strong>en</strong>tralizada na Direcção <strong>de</strong> Comunicação. Uma das principais regras <strong>de</strong> comunicação ass<strong>en</strong>ta<br />

na coerência, repetição das m<strong>en</strong>sag<strong>en</strong>s, evitando as chamadas fugas <strong>de</strong> informação, fontes<br />

oficiosas não i<strong>de</strong>ntificadas, ou seja, tudo o que possa <strong>de</strong>sestabilizar o projecto através <strong>de</strong><br />

opiniões contraditórias e guerras internas, habitualm<strong>en</strong>te exploradas pela Comunicação<br />

Social.<br />

Relembrando o que diz Wolf ( 2009, p.182) sobre os gatekeepers, “as pesquisas são unânimes<br />

em esclarecer que, na selecção (feita pelos jornalistas), as referências implícitas ao grupo <strong>de</strong> colegas e ao<br />

sistema das fontes, predominam sobre as referências implícitas ao próprio público. Enquanto este é pouco<br />

conhecido pelos jornalistas, o contexto profissional-organizativo, burocrático circundante exerce uma<br />

influência <strong>de</strong>cisiva nas escolhas dos gatekeepers: o já clássico estudo <strong>de</strong> Bred (1995) sobre controlo social<br />

nas redacções – analisando os mecanismos <strong>de</strong> manut<strong>en</strong>ção da linha editorial e política dos jornais -<br />

confirma que essa linha, raram<strong>en</strong>te explicitada e discutida , é apre<strong>en</strong>dida por „osmose‟, e é imposta,<br />

sobretudo através do processo <strong>de</strong> selecção dos jornalistas no interior das redacções. A principal fonte <strong>de</strong><br />

expectativas, ori<strong>en</strong>tações e valores profissionais não é o público, mas o grupo <strong>de</strong> referência constituído<br />

pelos colegas ou pelos superiores”.<br />

Por outro lado, já foi sublinhado que o projecto <strong>de</strong> Comunicação da CMP está subordinado a<br />

uma lógica <strong>de</strong> coerência <strong>en</strong>tre o discurso político e a imagem corporativa da autarquia.<br />

Assim, o gabinete <strong>de</strong> Assessoria <strong>de</strong> impr<strong>en</strong>sa funciona em mol<strong>de</strong>s difer<strong>en</strong>tes do habitual nas<br />

outras instituições geridas por figuras político-partidárias, como é o caso da Câmara do Porto.<br />

Não po<strong>de</strong>mos falar <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong>ira agência <strong>de</strong> comunicação (até por motivos relacionados<br />

com os seus custos), mas sim <strong>de</strong> um planeam<strong>en</strong>to e <strong>de</strong> uma acção global, em que a<br />

Comunicação social é ap<strong>en</strong>as um dos meios utilizados para a sua afirmação estratégica.<br />

Pela sua postura política e convicções em relação ao comportam<strong>en</strong>to dos media em geral e,<br />

mais tar<strong>de</strong>, do Porto em particular, o Presi<strong>de</strong>nte optou por manter um relacionam<strong>en</strong>to<br />

institucional com os jornalistas, rejeitando as chamadas conversas em off, a proximida<strong>de</strong> e o<br />

privilégio <strong>de</strong> uns em relação aos outros; ou seja, as “técnicas” utilizadas habitualm<strong>en</strong>te na<br />

Comunicação Política “tout court”, que temos vindo a rejeitar ao longo <strong>de</strong>ste estudo.<br />

Pelos motivos apres<strong>en</strong>tados, é fácil perceber que a relação <strong>en</strong>tre a CMP e a impr<strong>en</strong>sa,<br />

nomeadam<strong>en</strong>te os órgãos <strong>de</strong> comunicação social locais, nunca foi a melhor. Para além <strong>de</strong><br />

# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 188/222 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293<br />

C/ Salud, 15 5º dcha. 28013 – Madrid | CIF: G - 84075977 | www.icono14.net<br />

204

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!