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Elisabeth Pazito e Andréia Silveira: Mapa da comunicação na indústria das regiões sul e sudeste do Brasil.
Por razões históricas que não cabem neste artigo, o paradigma de funcionamento das
Diretorias de Comunicação, que por muitos anos foram (e ainda são) denominadas de
Assessorias, foi o paradigma do jornalismo, ou seja, da informação pública para a sociedade. A
entrada de empresas estrangeiras, a proliferação de cursos superiores na área de publicidade e
marketing (os mais buscados da área de Comunicação, segundo dados do INEP) e o
desenvolvimento da economia brasileira nos últimos 10 anos estimulou a prática e a adoção
dos princípios e métodos do marketing, bem como das Relações Públicas, esta última, no
entanto, em menor escala, pelas agências e diretorias de Comunicação das empresas.
Este conjunto de mudanças que atravessou o cenário da Comunicação nas organizações
levanta questões cruciais sobre o papel e a função das Relações Públicas, seus limites com
outras áreas da Comunicação e as interfaces com o marketing.
Para conhecer a concepção e as práticas de Comunicação adotadas pelas Diretorias de
Comunicação do conjunto das instituições que representam o setor industrial brasileiros, a
Confederação Nacional das Indústrias do Brasil solicitou uma pesquisa de grande porte, no
decorrer de 2010, abrangendo os 27 estados brasileiros, cujos resultados completos ainda
estão sendo analisados.
Deve-se esclarecer que, no Brasil, empresas e instituições da área industrial são
representadas, em cada estado, por intermédio de federações. Entre essas instituições, duas
atuam como o braço educativo do setor, colocando no mercado produtos educativos (cursos
e treinamentos, inclusive de graduação e pós-graduação), com grande impacto sobre a mão de
obra da industria e sobre o público estudantil em geral, pois elas competem com as
universidades e com as escolas técnicas.
Este artigo apresenta os primeiros resultados desta pesquisa nos seis estados das regiões sul e
sudeste, cujas entrevistas foram feitas pelas autoras.
O objetivo foi traçar o mapa da Comunicação dessas instituições, buscando-se investigar três
temas em profundidade: I. Estruturação das Diretorias de Comunicação; II. Produtos e
atividades de Comunicação; III. Gestão da Comunicação. Subjacente a esses três aspectos,
buscava-se conhecer também a concepção de Comunicação dos responsáveis e identificar
possíveis modelos de Relações Públicas e Comunicação, conforme o proposto por Grunig &
Hunt (2003) nas características de gestão adotadas.
A partir das características básicas dos quatro modelos tipificados, o roteiro da entrevista foi
formulado e aplicado buscando identificar: a) Objetivo de Comunicação: no modelo
imprensa/publicity é a desinformação; no modelo de informação pública é difusão da
informação; modelo assimétrico bidirecional é a persuasão científica; modelo simétrico
bidirecional é a compreensão mútua. b) Natureza da Comunicação: modelo
imprensa/publicity é o fluxo unidirecional e toda a verdade não é essencial; modelo de
informação pública também é de fluxo unidirecional, ma a verdade é importante; e modelos
assimétrico e simétrico são de fluxo bidirecional, mas no primeiro modelo os efeitos são
# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 298/308 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293
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