08.05.2013 Views

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Ana Mafalda dos Santos: Gestão da comunicação <strong>de</strong> crise em organizações públicas e privadas<br />

O autor alerta para um outro f<strong>en</strong>óm<strong>en</strong>o: a hodierna justaposição dos conceitos <strong>de</strong> cultura e<br />

técnica, na medida em que a tecnicização da experiência quotidiana parece moldar o próprio<br />

mundo da cultura. A natureza da nossa experiência cultural é, cada vez mais, profundam<strong>en</strong>te<br />

técnica, e com o increm<strong>en</strong>to das novas tecnologias da informação, abre-se um leque infinito<br />

<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s para p<strong>en</strong>sar o tema, que assume novos contornos e passa a ocupar uma<br />

posição chave na discussão filosófica sobre o Homem visto que, como afirma Lemos, “o<br />

homem não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido, antropológica e socialm<strong>en</strong>te, sem a dim<strong>en</strong>são técnica.” (in<br />

Rubim et al., 1999: 11). Actualm<strong>en</strong>te, a técnica é uma das dim<strong>en</strong>sões fundam<strong>en</strong>tais em que<br />

se <strong>de</strong>s<strong>en</strong>rola a transformação do mundo humano, e tal facto suscita novos mo<strong>de</strong>los<br />

comportam<strong>en</strong>tais que condicionam os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> interacção humana. A tecnologia,<br />

inicialm<strong>en</strong>te perspectivada ap<strong>en</strong>as como um simples instrum<strong>en</strong>to <strong>de</strong> mediação que se interpõe<br />

<strong>en</strong>tre o Homem e o mundo que o ro<strong>de</strong>ia, é totalm<strong>en</strong>te integrada na experiência do sujeito.<br />

Esta reflexão põe em evidência que as estruturas sociais se <strong>en</strong>contram em constante<br />

transformação, e que os processos <strong>de</strong> mudança são inter<strong>de</strong>p<strong>en</strong><strong>de</strong>ntes <strong>en</strong>tre si. Por vezes, são<br />

as transformações <strong>de</strong> índole cultural ou tecnológica que prece<strong>de</strong>m as do contexto social;<br />

outras vezes, são estas a provocar um ajustam<strong>en</strong>to das primeiras. Noutros casos ainda, ambos<br />

os f<strong>en</strong>óm<strong>en</strong>os atravessam fases <strong>de</strong> mudança em planos converg<strong>en</strong>tes ou diverg<strong>en</strong>tes, dando<br />

origem a dinâmicas sociais muito distintas <strong>en</strong>tre si.<br />

É, assim, dado adquirido que o mundo contemporâneo se caracteriza por mudanças<br />

constantes; o século XX ficará concerteza na História como aquele em que mais rapidam<strong>en</strong>te<br />

ocorreram mutações a todos os níveis da socieda<strong>de</strong>, <strong>en</strong>volv<strong>en</strong>do as comunicações, a estrutura<br />

produtiva, os mercados, a técnica ou a ciência. “Presumivelm<strong>en</strong>te, o homem precisou <strong>de</strong> um<br />

milhão <strong>de</strong> anos para atingir a posse <strong>de</strong> conhecim<strong>en</strong>tos que o levaram à sistematização da tarefa<br />

agrícola; alguns milhares <strong>de</strong> anos <strong>de</strong>pois é que chegou à fase industrial; alguns séculos, e criou<br />

a electrónica. Mas agora, umas <strong>de</strong>z<strong>en</strong>as <strong>de</strong> anos e ei-lo a dominar já a sabedoria<br />

biotecnológica.” (Fonseca, 1998: 168). Estas profundas transformações provocam<br />

instabilida<strong>de</strong> perman<strong>en</strong>te, e obrigam a um esforço <strong>de</strong> acompanham<strong>en</strong>to da mudança,<br />

condição obrigatória para a sobrevivência.<br />

1.2. Organizações<br />

As profundas transformações <strong>de</strong> que falávamos no ponto anterior obrigam a um esforço <strong>de</strong><br />

adaptação às contingências do meio <strong>en</strong>volv<strong>en</strong>te, numa conjuntura <strong>de</strong> cresc<strong>en</strong>te incerteza.<br />

Também as instituições não são excepção, relativam<strong>en</strong>te a aspectos como os processos <strong>de</strong><br />

gestão, a organização do trabalho, as estruturas, a relação com o mercado (novas<br />

necessida<strong>de</strong>s, expectativas e padrões <strong>de</strong> exigência dos seus públicos), as atitu<strong>de</strong>s, grau <strong>de</strong><br />

interesse e <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> dos seus elem<strong>en</strong>tos, o <strong>en</strong>riquecim<strong>en</strong>to do conteúdo das tarefas<br />

ou os valores; escreve Freire (1999: 2) que, “in a way, the study of these issues repres<strong>en</strong>ts the<br />

# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 801/817 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293<br />

C/ Salud, 15 5º dcha. 28013 – Madrid | CIF: G - 84075977 | www.icono14.net<br />

805

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!