08.05.2013 Views

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ana Mafalda dos Santos: Gestão da comunicação <strong>de</strong> crise em organizações públicas e privadas<br />

situações concretas. Todavia, e actualm<strong>en</strong>te, a t<strong>en</strong>dência será estudar a administração das<br />

organizações sob a óptica da inter<strong>de</strong>p<strong>en</strong>dência <strong>en</strong>tre as cinco variáveis atrás refer<strong>en</strong>ciadas. O<br />

seu comportam<strong>en</strong>to global é complexo, na medida em que “cada qual influ<strong>en</strong>cia e é<br />

influ<strong>en</strong>ciada pelas outras variáveis. Modificações em uma provocam modificações em maior<br />

ou m<strong>en</strong>or grau nas <strong>de</strong>mais. O comportam<strong>en</strong>to do conjunto (...) é difer<strong>en</strong>te da soma dos<br />

comportam<strong>en</strong>tos <strong>de</strong> cada variável consi<strong>de</strong>rada isoladam<strong>en</strong>te.” (Chiav<strong>en</strong>ato, 2002: 31).<br />

Na actual “fase da incerteza” (i<strong>de</strong>m: 7), o ambi<strong>en</strong>te externo caracteriza-se pela sua extrema<br />

mutabilida<strong>de</strong>, que frequ<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te as organizações não conseguem interpretar<br />

atempadam<strong>en</strong>te. A compre<strong>en</strong>são das reacções dos mercados e das acções dos concorr<strong>en</strong>tes<br />

não po<strong>de</strong>rá ser ori<strong>en</strong>tada pela forma tradicional <strong>de</strong> administrar, pois tudo mudou <strong>de</strong> forma<br />

drástica e veloz.<br />

Transitámos para a socieda<strong>de</strong> pós-industrial, o que implicou o abandono <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los rígidos,<br />

que ofereciam produtos e serviços estandardizados. A partir dos anos 70, os níveis<br />

educacionais alteram-se substancialm<strong>en</strong>te; a ambição das socieda<strong>de</strong>s cresce, os consumidores<br />

tornam-se mais exig<strong>en</strong>tes e com maior po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra. A vertiginosa evolução tecnológica<br />

possibilita abundância na oferta, e impe<strong>de</strong> o planeam<strong>en</strong>to estático e c<strong>en</strong>tralizado nas<br />

organizações, obrigando a uma gestão flexível. À crise da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> massas suce<strong>de</strong>-se a<br />

inevitável adaptação às necessida<strong>de</strong>s específicas dos consumidores. Passamos da socieda<strong>de</strong> da<br />

manufactura à da m<strong>en</strong>tefactura (Cardoso, 1997); a matéria torna-se m<strong>en</strong>os relevante, e<br />

cresce a <strong>de</strong>p<strong>en</strong>dência do conhecim<strong>en</strong>to e da informação. É necessário apostar na segm<strong>en</strong>tação<br />

da oferta e na qualida<strong>de</strong> do serviço. Nas organizações, ganham <strong>de</strong>staque as pequ<strong>en</strong>as equipas<br />

<strong>de</strong> trabalho, com autonomia para respon<strong>de</strong>r rapidam<strong>en</strong>te às solicitações dos consumidores. É<br />

importante, como diz Tom Peters, criar a “empresa curiosa” (apud Cardoso, 1997), em<br />

eterna apr<strong>en</strong>dizagem e capaz <strong>de</strong> inovar perante cada situação em concreto.<br />

Neste s<strong>en</strong>tido, o futuro afigura-se como incerto, instável e ambíguo: as organizações<br />

<strong>de</strong>param-se com problemas nunca antes colocados, e cresc<strong>en</strong>te grau <strong>de</strong> exigência da<br />

socieda<strong>de</strong> em geral (fornecedores, concorr<strong>en</strong>tes, cli<strong>en</strong>tes...). Também a sofisticação da<br />

tecnologia, que avança em ritmo acelerado, e a t<strong>en</strong>dência para a internacionalização dos<br />

negócios, são <strong>de</strong>safios e pressões cresc<strong>en</strong>tes que recaem sobre as empresas; a melhor forma<br />

<strong>de</strong> com eles lidar <strong>de</strong> forma eficaz é possuir a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quar as principais variáveis<br />

atrás refer<strong>en</strong>ciadas – tarefas, estrutura, pessoas, tecnologia e ambi<strong>en</strong>te -, perante cada<br />

mom<strong>en</strong>to e circunstâncias com que as organizações se <strong>de</strong>param. Aproximamo-nos pois <strong>de</strong><br />

instituições do tipo adaptativo (Chiav<strong>en</strong>ato, 2002), rapidam<strong>en</strong>te mutáveis, cujo trabalho<br />

evoluirá no s<strong>en</strong>tido <strong>de</strong> dar resposta a problemas específicos e distintos <strong>en</strong>tre si.<br />

As ilacções a retirar <strong>de</strong>ste quadro situacional apres<strong>en</strong>tam-se, pois, a dois níveis: por um lado,<br />

a análise ambi<strong>en</strong>tal - apesar <strong>de</strong> ainda se perspectivarem muitos avanços nesta área - será no<br />

futuro um dos mais relevantes campos <strong>de</strong> estudo no âmbito da Sociologia das Organizações;<br />

num outro plano, compre<strong>en</strong><strong>de</strong>-se que, numa conjuntura <strong>de</strong> incerteza, a viabilida<strong>de</strong> das<br />

instituições <strong>de</strong>p<strong>en</strong><strong>de</strong>rá cresc<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te, não <strong>de</strong> factores rígidos (como as tarefas, a estrutura<br />

# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 801/817 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293<br />

C/ Salud, 15 5º dcha. 28013 – Madrid | CIF: G - 84075977 | www.icono14.net<br />

807

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!