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Manuel Teixeira, Florbela Gue<strong>de</strong>s: Novos paradigmas <strong>de</strong> Comunicação<br />

aconteça. A pres<strong>en</strong>ça constante <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> recolha e difusão <strong>de</strong> som e <strong>de</strong> imag<strong>en</strong>s faz<br />

com que seja cada vez mais difícil manter uma certa imagem, ou escon<strong>de</strong>r certos assuntos do<br />

Espaço Público. No <strong>en</strong>tanto, o campo político precisa <strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> e os media precisam <strong>de</strong><br />

notícias, <strong>de</strong> histórias ou <strong>de</strong> ev<strong>en</strong>tos, <strong>de</strong>sta relação cli<strong>en</strong>telar (ou simbiótica) nasce uma<br />

performance e um discurso político cada vez mais pobre i<strong>de</strong>ologicam<strong>en</strong>te e mais<br />

teatralizado 1<br />

.<br />

A importância que a imagem tem vindo a ganhar em <strong>de</strong>trim<strong>en</strong>to do discurso verbal, bem<br />

como a exploração das emoções ap<strong>en</strong>as sublinham a teatralida<strong>de</strong> da política, Balandier (in<br />

Salgado, 2007, pag. 31), fala mesmo numa teatrocracia.<br />

5. 2. Media e Reconhecim<strong>en</strong>to Político no Espaço Público<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se tornar visível e reconhecido <strong>de</strong>ntro do espaço público e a importância<br />

que essa visibilida<strong>de</strong> adquiriu no campo político explica, em parte, a relação que se<br />

estabeleceu <strong>en</strong>tre este campo e os media. Nesse s<strong>en</strong>tido consi<strong>de</strong>ramos que vale e p<strong>en</strong>a<br />

explorá-la um pouco mais, para clarificar a forma como os políticos lutam para atingir o<br />

reconhecim<strong>en</strong>to social, a forma como capitalizam esse reconhecim<strong>en</strong>to e, sobretudo, a forma<br />

como os media servem <strong>de</strong> plataforma para essa visibilida<strong>de</strong> e essa construção i<strong>de</strong>ntitária.<br />

Pres<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te, as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s adquirem uma importância cresc<strong>en</strong>te na dinâmica do espaço<br />

público, que se vem tornando o espaço por excelência da afirmação i<strong>de</strong>ntitária. As<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ser estanques, imutáveis para se reactualizarem em função dos novos<br />

<strong>de</strong>safios e conjunturas, não s<strong>en</strong>do, portanto, algo que está refém <strong>de</strong> uma circunstância, mas<br />

s<strong>en</strong>do sim produto e produtora <strong>de</strong>ssa circunstância. Isto é muito claro na forma como os<br />

políticos vão adaptando a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> ao mom<strong>en</strong>to, à conjuntura, escapando ou t<strong>en</strong>tando<br />

escapar ao <strong>de</strong>sgaste público.<br />

A dramática importância que as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s tomam nas socieda<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas não po<strong>de</strong> ser<br />

dissociada dos Média, em especial da televisão. Essa relação <strong>en</strong>tre os Média e a formação das<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s tem sido um tema muito abordado no interior <strong>de</strong> várias corr<strong>en</strong>tes,<br />

nomeadam<strong>en</strong>te na teoria pós-mo<strong>de</strong>rna, segundo a qual o sujeito adquire uma condição<br />

fragm<strong>en</strong>tária, com um self aci<strong>de</strong>ntado e um corpo incessantem<strong>en</strong>te <strong>de</strong>smultiplicado e<br />

<strong>de</strong>sapossado <strong>de</strong> si pelas imag<strong>en</strong>s tecnológicas. A liberda<strong>de</strong> individual aliada às pot<strong>en</strong>cialida<strong>de</strong>s<br />

tecnológicas e o consumo atiram o Eu numa vertigem <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s ilusórias psicóticas e<br />

alucinatórias, fruto <strong>de</strong> um inexorável apagam<strong>en</strong>to da dim<strong>en</strong>são estética da vida social, da<br />

1 Segundo Canel a “teatralização” na vida política não po<strong>de</strong> ser confundida com “ficcionalida<strong>de</strong>”, uma vez que esta teatralização não é<br />

uma inverda<strong>de</strong> mas algo que se <strong>de</strong>s<strong>en</strong>rola como um espectáculo, (Canel,2008:81)<br />

# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 188/222 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293<br />

C/ Salud, 15 5º dcha. 28013 – Madrid | CIF: G - 84075977 | www.icono14.net<br />

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