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Ana Mafalda dos Santos: Gestão da comunicação <strong>de</strong> crise em organizações públicas e privadas<br />

burocracia, <strong>en</strong>quanto mo<strong>de</strong>lo organizacional, é a gran<strong>de</strong> previsibilida<strong>de</strong> do seu<br />

funcionam<strong>en</strong>to, visto padronizar o <strong>de</strong>semp<strong>en</strong>ho dos participantes; pauta o comportam<strong>en</strong>to<br />

humano pela racionalida<strong>de</strong>, precisão e uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rotinas.<br />

Todavia, e na opinião <strong>de</strong> Dá Mesquita Gonçalves (1997: 5), “à luz dos mo<strong>de</strong>rnos<br />

conhecim<strong>en</strong>tos e das mo<strong>de</strong>rnas teorias, po<strong>de</strong> dizer-se que a teoria weberiana está<br />

ultrapassada”, por exemplo pelo facto <strong>de</strong> Weber, tal como os produtivistas, ter <strong>en</strong>carado as<br />

organizações como sistemas fechados. (Aliás, a administração burocrática t<strong>en</strong><strong>de</strong><br />

sistematicam<strong>en</strong>te a excluir o público, a ocultar o seu saber e activida<strong>de</strong>s das críticas externas.)<br />

N<strong>en</strong>hum <strong>de</strong>stes teóricos <strong>de</strong>monstrou estar interessado em aspectos como interacção e<br />

comunicação; os seus estudos conc<strong>en</strong>traram-se na produtivida<strong>de</strong> e eficiência máximas das<br />

organizações, ou na sua estrutura hierárquica. O próprio Weber faz a apologia <strong>de</strong>ste método<br />

<strong>de</strong> trabalho, quando refere: “bureaucracy <strong>de</strong>velops the more perfectly, the more it is<br />

“<strong>de</strong>humanized”, the more completely it suceeds in eliminating from official business love,<br />

hatred, and all purely personal, irrational, and emotional elem<strong>en</strong>ts which escape calculation.”<br />

(1978 1922: 975) Segundo Littlejohn (1982), os trabalhadores são consi<strong>de</strong>rados<br />

instrum<strong>en</strong>tos manipuláveis, além <strong>de</strong> que se acredita que as suas necessida<strong>de</strong>s são satisfeitas<br />

através <strong>de</strong> inc<strong>en</strong>tivos materiais, não <strong>de</strong> interacção social. Tal como Weber afirma (1978<br />

1922), na maioria dos casos o funcionário é ap<strong>en</strong>as um <strong>de</strong>nte da <strong>en</strong>gr<strong>en</strong>agem, num<br />

mecanismo <strong>de</strong> movim<strong>en</strong>to incessante que lhe prescreve comportam<strong>en</strong>tos pré-<strong>de</strong>finidos.<br />

Des<strong>en</strong>volve as suas tarefas em favor do interesse comum, com vista ao perpetuar do aparelho<br />

e à persistência da dominação racionalm<strong>en</strong>te organizada.<br />

Por outro lado, e ainda em <strong>de</strong>sfavor do sistema <strong>de</strong> administração burocrática, verifica-se que<br />

o comportam<strong>en</strong>to das pessoas nem sempre ocorre <strong>de</strong> acordo com a previsibilida<strong>de</strong> que<br />

Weber lhe atribuía: surgem por vezes algumas anomalias <strong>de</strong> funcionam<strong>en</strong>to e erros<br />

sistemáticos, as chamadas disfunções burocráticas – estruturais e não ocasionais -, <strong>de</strong> que<br />

passamos a apres<strong>en</strong>tar alguns casos (Gonçalves, 1997; Neto, 1989): sobrevalorização dos<br />

meios em relação aos fins das organizações; excesso <strong>de</strong> formalismo; apego à rotina e<br />

resistência à mudança; <strong>de</strong>spersonalização do relacionam<strong>en</strong>to; rigi<strong>de</strong>z no campo <strong>de</strong><br />

interv<strong>en</strong>ção; c<strong>en</strong>tralização excessiva da autorida<strong>de</strong> (por vonta<strong>de</strong> dos dirig<strong>en</strong>tes, mas também<br />

dos próprios trabalhadores, que “empurram” a responsabilida<strong>de</strong> em s<strong>en</strong>tido asc<strong>en</strong><strong>de</strong>nte);<br />

recíproca proprieda<strong>de</strong> <strong>en</strong>tre a organização e o trabalhador; exibição <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>;<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> relacionam<strong>en</strong>to com o público; <strong>de</strong>scaso pelos resultados obtidos.<br />

Ao contrário, as organizações <strong>de</strong> cariz privado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre <strong>de</strong>p<strong>en</strong><strong>de</strong>ntes do relacionam<strong>en</strong>to<br />

com o meio que as <strong>en</strong>volve, têm absoluta necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lidar com outras priorida<strong>de</strong>s, que<br />

exigem distintas estruturas e planos <strong>de</strong> acção. A organização é simultaneam<strong>en</strong>te um<br />

f<strong>en</strong>óm<strong>en</strong>o social, cultural e político. Ag<strong>en</strong>te social e cultural, porque cresc<strong>en</strong>tem<strong>en</strong>te se<br />

2 “Sob esse tipo <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>, o po<strong>de</strong>r é justificado através da natureza carismática da personalida<strong>de</strong> do<br />

indivíduo superior” (i<strong>de</strong>m: 293).<br />

# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 801/817 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293<br />

C/ Salud, 15 5º dcha. 28013 – Madrid | CIF: G - 84075977 | www.icono14.net<br />

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