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Manuel Teixeira, Florbela Guedes: Novos paradigmas de Comunicação
desse acto ou dessa cerimónia. É muito mais do que isso. Com efeito, o protocolo, ao
estabelecer critérios de ordenação ou de sequência, está a velar para que se estabeleça um
clima de confiança entre as instituições e os públicos respectivos que se pretendem atingir.
Nessa medida, o protocolo busca também a credibilidade das instituições, na medida em que
pretende transmitir mensagens de ordem e de estabilidade.
4. 3. Definir as mensagens com clareza
Mas essas são apenas uma parte da mensagem. A mais importante mensagem é aquela que o
poder tutelar da instituição pretende transmitir aos seus públicos. E esta mensagem será tanto
mais eficaz quanto mais clara e precisa for. É por isso que, no modelo MCCR a transmissão
da mensagem é o resultado da articulação entre os três lados do triângulo que fecha o círculo
da “persona”. Cada um deles com as suas particularidades, com as suas ferramentas técnicas –
decorrentes da lei – quando aplicável - de diferentes normativos, ou dos usos e costumes –
mas de uma forma bem articulada e sinérgica.
Do lado da comunicação, impõe-se precisar a mensagem, detalhar as suas componentes,
definir o público-alvo, e quais os meios a utilizar para a transmissão dessa mensagem. Do lado
do protocolo, impõe-se definir os espaços e a sua ocupação, os encontros e desencontros, os
cumprimentos, os diversos momentos do acto ou da cerimónia. Já as Relações Públicas fazem
o interface entre os diversos actores do sistema. Só assim o enfoque do poder e a construção
da sua imagem serão asseguradas
5. Os gabinetes de comunicação
Durante o séc. XX, com o desenvolvimento dos média, assistiu-se ao surgimento de uma
série de organizações e profissões dedicadas à gestão da comunicação através dos média. As
primeiras empresas de assessoria emergiram nos EUA na viragem do século. Ivy Lee, tido
como um dos pais das Relações Públicas, foi um dos pioneiros, tendo criado a primeira
empresa do género em 1904, a qual tinha como principais clientes empresas de carvão e a
indústria dos caminhos-de-ferro. Os serviços oferecidos por estas empresas de assessoria
rapidamente se estenderam ao mundo da política. Em Portugal, o fenómeno só ganhou
relevância com as transformações políticas ocorridas após a Revolução Democrática de 1974,
o mesmo acontecendo em Espanha com o fim do franquismo, e a instauração da democracia e
da monarquia constitucional.
Actualmente, tais funções são asseguradas por um conjunto de especialistas em matérias como
as relações públicas, a publicidade e o marketing. Os assessores de imprensa estabelecem uma
ligação entre os políticos e os media, com o objectivo de moldar a agenda destes últimos da
forma mais favorável possível aos primeiros. Segundo Alain Woodrow (1991, pag.123), as
campanhas eleitorais começaram, assim, a ser entregues a publicitários e os programas
# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 188/222 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293
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