08.05.2013 Views

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

+ Descargar - Asociación de Investigadores en Relaciones Públicas

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Anabela Mateus: A Comunicação na fusão<br />

A <strong>de</strong>monstração da falta <strong>de</strong> integração por parte dos subordinados foi o que levou a<br />

este comportam<strong>en</strong>to <strong>de</strong> rejeição <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> que provocava uma reacção <strong>de</strong><br />

afastam<strong>en</strong>to a nível dos chefes. O que acontece é que tal afastam<strong>en</strong>to em relação<br />

aos novos chefes levava a uma aproximação junto dos antigos, como já vimos. Na<br />

realida<strong>de</strong> vários dos elem<strong>en</strong>tos que passaram pelo processo <strong>de</strong> fusão do Grupo A<br />

nunca esqueceram a sua antiga empresa e o clima familiar que nela tinham vivido.<br />

Para alguns essa continuou a ser sempre a “sua casa” e nunca chegaram a<br />

i<strong>de</strong>ntificar-se com a nova empresa. Não s<strong>en</strong>tiam algum tipo <strong>de</strong> integração nem<br />

conseguiam reconhecer uma cultura particular na companhia on<strong>de</strong> começaram<br />

posteriorm<strong>en</strong>te a trabalhar. Numa palavra, não a conseguiram aceitar como “sua”.<br />

Confirma-se o que esperávamos hipoteticam<strong>en</strong>te: a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> organizacional <strong>de</strong><br />

origem provocou-lhes processos <strong>de</strong> incompatibilida<strong>de</strong> com a nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> organizacional,<br />

fruto da fusão. Incompatibilida<strong>de</strong> que se verificou bem: a rejeição foi total <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

início da fusão. Na realida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>pararam-se com um corte radical com o passado;<br />

com um passado que os fazia s<strong>en</strong>tir bem, num clima familiar on<strong>de</strong> todos se<br />

conheciam, on<strong>de</strong> o intercâmbio <strong>de</strong> trabalho era intuitivo, as difer<strong>en</strong>tes hierarquias<br />

conviviam lado a lado, em sociabilida<strong>de</strong>s extra-laborais e on<strong>de</strong> a comunicação era<br />

fácil e estreita.<br />

Que <strong>en</strong>contraram <strong>de</strong>pois? Quatro culturas distintas num mesmo espaço sem<br />

conhecim<strong>en</strong>to prévio, uma nova estrutura <strong>de</strong>finida, contactos profissionais<br />

directos com pessoas com quem nunca tinham trabalhado ou visto, trabalho novo<br />

e difer<strong>en</strong>te, para a maioria. As consequências surgiram: falta <strong>de</strong> integração, falta <strong>de</strong><br />

coesão, clima “frio” e <strong>de</strong> segregação provocadas pelas distintas culturas. Num<br />

<strong>de</strong>terminado mom<strong>en</strong>to, inclusivam<strong>en</strong>te, um clima <strong>de</strong> fricção e <strong>de</strong> conflito pela<br />

rejeição ao trabalho, aos colegas e à empresa. A falta <strong>de</strong> cumprim<strong>en</strong>to das regras<br />

estava instalada, pela falta <strong>de</strong> aceitação da situação e pelas “estratégias” que se<br />

começaram a utilizar para ultrapassar a nova estrutura.<br />

Po<strong>de</strong> assim <strong>en</strong>t<strong>en</strong><strong>de</strong>r-se que a estrutura oriunda da fusão conduziu a estados <strong>de</strong> anomia<br />

pessoal e grupal. Foi a última das hipóteses paralelas que havíamos construído na<br />

nossa pesquisa e que vimos confirmada com os resultados do estudo neste Grupo<br />

mas que, pela dim<strong>en</strong>são que alcançou a situação, acreditamos legítimo e mesmo<br />

necessário est<strong>en</strong><strong>de</strong>r a toda a organização o que anteriorm<strong>en</strong>te prevíramos para indivíduos<br />

e grupos, no que diz respeito a surgim<strong>en</strong>to <strong>de</strong> estados <strong>de</strong> anomia.<br />

Mas a curiosida<strong>de</strong> ci<strong>en</strong>tífica <strong>de</strong>positada na pres<strong>en</strong>te investigação implicou a<br />

realização <strong>de</strong> uma análise ampliada. As variáveis que condicionam a fusão <strong>de</strong> um<br />

grupo único nem sempre coinci<strong>de</strong>m com aquelas a que um outro está sujeito. E,<br />

ainda assim, as reacções <strong>en</strong>contradas po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sviar-se <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo<br />

preconcebido baseado numa mera análise empírica da problemática em questão.<br />

# A6 ACTAS ICONO 14 - Nº A6 – pp. 719/741 | 05/2011 | REVISTA DE COMUNICACIÓN Y NUEVAS TECNOLOGÍAS | ISSN: 1697–8293<br />

C/ Salud, 15 5º dcha. 28013 – Madrid | CIF: G - 84075977 | www.icono14.net<br />

734

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!