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Esquematizado - OAB Primeira Fase - Pedro Lenza - 2017

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Essa vedação também encontra respaldo na Lei n. 11.079/2004, lei que traz normas para o<br />

contrato de concessão especial – Parceria Público-privada, e fixou como diretriz obrigatória a<br />

indelegabilidade do exercício do poder de polícia.<br />

Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 826) entende que essa delegação para<br />

particulares só poderia ocorrer em situações muito específicas, como é o caso dos capitães de<br />

navio, que outorgariam a particulares cometimentos tipicamente públicos relacionados à<br />

liberdade e à propriedade.<br />

Mas é possível delegação de atos materiais de polícia ou de mera execução: v.g., empresa<br />

privada pode realizar o serviço de executar a demolição de uma obra clandestina. Porém, o<br />

decidir demolir a obra clandestina foi ato anterior e necessariamente emanado da autoridade<br />

administrativa.<br />

No RE 658.570, por seis votos a cinco, aos 6 de agosto de 2015, o STF decidiu que as<br />

guardas municipais têm competência para fiscalizar o trânsito, lavrar auto de infração de<br />

trânsito e impor multas.<br />

■ 3.3.6. Poder regulamentar (ou normativo)<br />

É poder que o chefe do executivo tem de complementar a lei (através de um ato normativo<br />

secundário) e, assim, garantir sua fiel execução (regulamento executivo ou de execução). Esse<br />

poder regulamentar pode ser exercido através de diversos atos de regulamentação, por exemplo,<br />

decretos, regulamentos, portarias, editais, circulares etc.<br />

O regulamento não é lei, embora a ela se assemelhe no conteúdo e poder normativo. Nem<br />

toda lei depende de regulamento para ser executada, mas toda e qualquer lei pode ser<br />

regulamentada se o executivo julgar conveniente fazê-lo (MEIRELLES, 2010, p. 132).<br />

A lei de drogas (ato normativo primário) estabelece quais os crimes e procedimento<br />

envolvendo drogas, mas não fixa quais são as substâncias consideradas drogas. É necessário,<br />

assim, um ato de complementação dessa lei, a fim de garantir sua fiel execução. A Anvisa, então,<br />

através de ato normativo secundário, expediu o ato de regulamentação, estabelecendo quais as

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