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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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98 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

Pelo termo verda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve-se enten<strong>de</strong>r simplesmente o domínio da vonta<strong>de</strong><br />

divina, a qual é a única luz da verda<strong>de</strong>. É uma característica comum<br />

a todos os incrédulos, que sempre escolhem sujeitar-se à iniqüida<strong>de</strong><br />

em lugar <strong>de</strong> tomar sobre si o jugo divino, e por mais que pretendam<br />

<strong>de</strong>monstrar obediência, não cessam <strong>de</strong> protestar e <strong>de</strong> lutar obstinadamente<br />

contra a Palavra <strong>de</strong> Deus. Enquanto os que são manifestamente<br />

maus escarnecem <strong>de</strong>sta verda<strong>de</strong>, os hipócritas não hesitam em opor-se-<br />

-lhe sutilmente, estabelecendo sua forma artificial <strong>de</strong> culto. O apóstolo<br />

acrescenta ainda que tais pessoas <strong>de</strong>sobedientes obe<strong>de</strong>cem à injustiça.<br />

Os que recusam sujeitar-se à lei do Senhor, inevitavelmente cairão na<br />

escravidão do pecado. A justa recompensa <strong>de</strong> tão temerária presunção<br />

consiste em que os que se revelam indispostos a ren<strong>de</strong>r obediência a<br />

Deus são mantidos sob o cativeiro do pecado.<br />

Ira e indignação. O significado essencial dos termos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta<br />

tradução. Θύμος, em grego, significa o que em latim é <strong>de</strong>nominado excan<strong>de</strong>scentia,<br />

indignação (veja-se Cícero, Tusc. IV), ou, seja: um súbito<br />

acesso <strong>de</strong> ira. Quanto ao restante, sigo a Erasmo. Note-se, contudo, que<br />

das quatro que são aqui mencionadas, as duas últimas são os efeitos<br />

das primeiras. Aqueles que experimentam a ira e o <strong>de</strong>sprazer <strong>de</strong> Deus<br />

se sentem imediatamente envergonhados.<br />

Se bem que Paulo po<strong>de</strong>ria ter oferecido uma breve <strong>de</strong>scrição, em<br />

duas palavras, da bem-aventurança dos verda<strong>de</strong>iros crentes, e bem<br />

assim a ruína dos réprobos. No entanto prefere ampliar ambos os<br />

temas a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar os homens mais eficazmente com o temor da<br />

ira divina e excitar seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> obter graça por intermédio <strong>de</strong> Cristo.<br />

Jamais temeremos o juízo divino como <strong>de</strong>víamos, a menos que seja<br />

ele vividamente concretizado diante <strong>de</strong> nossos olhos; nem seremos<br />

realmente consumidos por um forte anseio pela vida por vir, a não ser<br />

que sejamos profundamente motivados.<br />

9. Do ju<strong>de</strong>u primeiro, e também do grego. É quase certo que<br />

ju<strong>de</strong>u é aqui contrastado simplesmente com grego. Pouco <strong>de</strong>pois<br />

Paulo chama <strong>de</strong> gentios àqueles que presentemente chama <strong>de</strong> gregos.<br />

Os ju<strong>de</strong>us, contudo, têm a preeminência nesta instância porque, em

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