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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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518 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

<strong>de</strong> Paulo fosse apenas dizer que quem resiste a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>va<br />

ser punido com justa razão, mas também todos os atos da vingança<br />

divina, seja como for venha ele a exercê-la. O apóstolo nos dá um<br />

quadro geral do fim que aguarda aqueles que lutam contra Deus.<br />

3. Porque os magistrados não são para<br />

pavor quando se faz o bem, e, sim,<br />

quando se faz o mal. Queres tu não<br />

temer a autorida<strong>de</strong>? faze o bem, e<br />

terás o louvor <strong>de</strong>la, visto ser ela ministro<br />

<strong>de</strong> Deus para teu bem.<br />

4. Entretanto, se fizeres o mal, teme,<br />

porque não é sem motivo que ela<br />

traz a espada, pois é ministro <strong>de</strong><br />

Deus, vingador, para castigar aquele<br />

que pratica o mal.<br />

3. Principes enim non sunt terrori bonis<br />

operibus sed malis; vis ergo non<br />

timere potestatem? bene fac, et habebis<br />

lau<strong>de</strong>m ab ea;<br />

4. Dei enim minister est tibi in bonum:<br />

si verò quid mali feceris, time; non<br />

enim frustra gladium gerit; Dei enim<br />

minister est, vin<strong>de</strong>x in iram adversus<br />

eos qui malè agunt. 5<br />

3. Porque os magistrados não são para pavor quando se faz o<br />

bem. Ele então nos manda obe<strong>de</strong>cer aos magistrados com base em<br />

sua utilida<strong>de</strong>. A partícula causativa γὰρ [porque] <strong>de</strong>ve, pois, relacionar-se<br />

com a primeira proposição, e não com o último versículo. A<br />

utilida<strong>de</strong> dos magistrados consiste em que o Senhor <strong>de</strong>signou este<br />

meio para prover a paz dos bons e sofrear o ímpeto rebel<strong>de</strong> dos<br />

ímpios. E <strong>de</strong>stes dois recursos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o bem-estar da humanida<strong>de</strong>.<br />

A não ser que a fúria dos ímpios seja contida, e os inocentes sejam<br />

protegidos da perversida<strong>de</strong> daqueles, a <strong>de</strong>struição universal será<br />

inevitável. Se este, pois, é o único antídoto pelo qual a humanida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>rá se proteger da <strong>de</strong>struição, então <strong>de</strong>vemos preservá-la com<br />

solicitu<strong>de</strong>, a menos que queiramos admitir que somos inimigos<br />

públicos e gratuitos da raça humana.<br />

As palavras que o apóstolo adiciona – queres tu não temer a<br />

autorida<strong>de</strong>? faze o bem – significam que, se somos bons, não temos<br />

motivo para temer o magistrado. Na verda<strong>de</strong>, diz ele, o próprio esforço<br />

<strong>de</strong> lançar ou remover <strong>de</strong> si este jugo é uma tácita comprovação<br />

5 As palavras, “Vin<strong>de</strong>x in iram adversus eos qui malè agunt”, dificilmente po<strong>de</strong>m ser traduzidas;<br />

e a última parte é impropriamente impressa no plural.

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