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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 14 • 551<br />

23. Mas aquele que tem dúvidas é con<strong>de</strong>nado,<br />

se comer, porque o que faz<br />

não provém <strong>de</strong> fé; e tudo o que não<br />

provém <strong>de</strong> fé é pecado.<br />

23. Qui verò dijudicat si come<strong>de</strong>rit<br />

con<strong>de</strong>mnatus est; quia non ex fi<strong>de</strong>:<br />

quicquid verò non est ex fi<strong>de</strong>, peccatum<br />

est.<br />

22. A fé que tens, tem-na para ti mesmo perante Deus. A fim<br />

<strong>de</strong> conduzir sua discussão a um clímax, o apóstolo mostra em que<br />

constitui a importância da liberda<strong>de</strong> cristã. Ao proce<strong>de</strong>r assim, ele<br />

evi<strong>de</strong>ncia que aqueles que não sabem como governar a si próprios<br />

no uso <strong>de</strong>la estão fazendo uma falsa ostentação da liberda<strong>de</strong>. Portanto,<br />

diz ele que, já que nosso conhecimento da liberda<strong>de</strong> tem sua<br />

origem na fé, ela particularmente olha para Deus. Aqueles, pois, que<br />

possuem uma certeza <strong>de</strong>sse gênero <strong>de</strong>vem viver felizes com a paz <strong>de</strong><br />

consciência diante <strong>de</strong> Deus. Não é necessário que provem aos olhos<br />

dos homens que a possuem. Segue-se, pois, que, se ofen<strong>de</strong>rmos nossos<br />

irmãos fracos, comendo carne, tal procedimento revela um capricho<br />

maldoso <strong>de</strong> nossa parte, visto que não somos compelidos por alguma<br />

forte compulsão <strong>de</strong> assim proce<strong>de</strong>r. Po<strong>de</strong>mos facilmente observar<br />

como esta passagem é mal interpretada por alguns comentaristas<br />

que <strong>de</strong>duzem <strong>de</strong>la isto: não há problema algum em alguém observar<br />

certas cerimônias fúteis e supersticiosas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sua consciência<br />

permaneça íntegra diante <strong>de</strong> Deus. Como o próprio contexto o <strong>de</strong>monstra,<br />

Paulo não teve tal intenção. As cerimônias são <strong>de</strong>signadas para o<br />

culto divino, e são também uma parte <strong>de</strong> nossa confissão. Aqueles que<br />

separam fé <strong>de</strong> confissão roubam o sol <strong>de</strong> seu calor. Paulo, todavia, não<br />

está tratando <strong>de</strong>sta questão aqui, mas, sim, está apenas argumentando<br />

acerca <strong>de</strong> nossa liberda<strong>de</strong> em fazer uso <strong>de</strong> comida e bebida.<br />

Bem-aventurado é aquele que não se con<strong>de</strong>na naquilo que<br />

aprova. Ele <strong>de</strong>seja ensinar-nos aqui, primeiramente, como po<strong>de</strong>mos<br />

licitamente fazer uso dos dons divinos; e, em segundo lugar, quão<br />

gran<strong>de</strong> empecilho é a ignorância quando <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> conduzir os<br />

inexperientes a vencerem os limites <strong>de</strong> suas fraquezas. A verda<strong>de</strong><br />

geral que ele afirma é a seguinte: “A pessoa que não tem consciência<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>litos é feliz, visto que ela examina <strong>de</strong>tidamente o que faz.” Isso

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