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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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572 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

tamente do Diabo. Paulo põe em terceiro lugar pelo po<strong>de</strong>r do Espírito<br />

Santo em relação a ambas: palavra e obras.<br />

19. Des<strong>de</strong> Jerusalém tenho divulgado plenamente o evangelho<br />

<strong>de</strong> Cristo. Ele prova sua afirmação citando os efeitos produzidos<br />

pelo Espírito em sua pregação, porquanto o sucesso que a seguia<br />

excedia a todo e qualquer po<strong>de</strong>r humano. Quem conseguiria reunir<br />

tantas igrejas para Cristo sem a assistência do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus? “Tenho<br />

divulgado o evangelho”, diz ele, “<strong>de</strong>s<strong>de</strong> Jerusalém até ao Ilírico, e<br />

não somente seguindo diretamente ao meu <strong>de</strong>stino, mas passando<br />

por todos os territórios que se esten<strong>de</strong>m ao redor.” O verbo grego<br />

πεπληρωκέναι, que, seguindo outros, traduzi tendo pregado plenamente,<br />

significa tanto para completar como para preencher o que<br />

está faltando. Daí πλήρωμα, em grego, significa tanto complemento<br />

quanto suplemento. Minha interpretação seria que Paulo divulgou<br />

a pregação do evangelho, ‘suprindo’ o que faltava. Outros haviam<br />

começado a pregar [o evangelho] an tes <strong>de</strong>le, contudo ele o disseminou<br />

ainda mais. 12<br />

20. Esforçando-me <strong>de</strong>sse modo por pregar o evangelho. Visto<br />

ser indispensável que Paulo não só aprovasse a si mesmo como<br />

servo <strong>de</strong> Cristo e como pastor da Igreja Cristã, mas também reivindicasse<br />

o caráter e o ofício <strong>de</strong> um apóstolo, caso quisesse granjear o<br />

crédito dos romanos, ele aqui apresenta a marca distintiva, própria<br />

e especial do apostolado. O <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> um apóstolo é disseminar o<br />

evangelho on<strong>de</strong> ele ainda não foi pregado, à luz do mandamento <strong>de</strong><br />

nosso Senhor: “I<strong>de</strong>... e pregai o evangelho a toda criatura” [Mc 16.15].<br />

Devemos prestar muita atenção neste ponto, para não criarmos uma<br />

regra geral para aquilo que é particularmente atinente ao ofício apostólico.<br />

Não se <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar errôneo o fato <strong>de</strong> um sucessor haver<br />

sido <strong>de</strong>signado a preencher a vaga do apóstolo que estabelecera a<br />

Igreja. Po<strong>de</strong>mos, pois, consi<strong>de</strong>rar os apóstolos como os fundadores<br />

12 A frase é taduzida por Beza e Grotius, “Impleverim prædicandi evangelii Christi munus<br />

– tenho cumprido o ofício <strong>de</strong> pregar o evangelho <strong>de</strong> Cristo.” O evangelho é expresso em<br />

lugar <strong>de</strong> pregar o evangelho [vejam-se At 12.25; Cl 1.25].

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