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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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578 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

que, segundo já disse, provinha dos ju<strong>de</strong>us como os semeadores<br />

do evangelho, assim como os campos alimentam o lavrador com o<br />

fruto que produzem.<br />

29. E bem sei que, ao visitar-vos. Estas palavras po<strong>de</strong>m ser explicadas<br />

<strong>de</strong> duas maneiras. O primeiro significado consiste em que ele<br />

<strong>de</strong>scobriu que o evangelho produzira abundantes frutos em Roma,<br />

pois a bênção do evangelho consiste em produzir frutos <strong>de</strong> boas<br />

obras. Não concordo com aqueles que restringem esta expressão a<br />

esmolas. O segundo significado consiste em que, com o propósito<br />

<strong>de</strong> aguçar o apetite <strong>de</strong>les com sua chegada, o apóstolo expressa a<br />

esperança <strong>de</strong> que não seria infrutífera, visto que ela faria com que<br />

o evangelho progredisse muitíssimo, o que chama a plenitu<strong>de</strong> da<br />

bênção <strong>de</strong> Cristo, ou, seja: a abundante bênção <strong>de</strong> Cristo. Com isso<br />

ele quer dizer gran<strong>de</strong> sucesso e crescimento. Mas esta bênção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

em parte do ministério <strong>de</strong> Paulo e em parte da fé dos crentes<br />

romanos. Ele promete, pois, que sua vinda para o meio <strong>de</strong>les não<br />

seria inútil, visto que não iria dissipar a graça entre eles, a qual lhe<br />

havia sido comunicada, senão que a empregaria para um bom propósito,<br />

com aquele mesmo entusiasmo que haviam <strong>de</strong>monstrado ao<br />

receberem o evangelho.<br />

A primeira explicação é mais geralmente aceita, e também parece-<br />

-me ser das duas a melhor. Ele espera que, em sua chegada, encontre<br />

cumprido seu mais ar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sejo, ou, seja: o evangelho vicejando<br />

e prosperando entre eles com notável sucesso, porquanto exceliam<br />

em santida<strong>de</strong> e em toda sorte <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong>s. A justificativa que apresenta<br />

para seu <strong>de</strong>sejo consiste em que ele antecipa especial regozijo,<br />

vendo neles a abundância das riquezas espirituais do evangelho. 20<br />

20 Esta explicação é a mesma <strong>de</strong> Crisóstomo; mas como fazer as palavras comunicarem tal<br />

significado é uma questão <strong>de</strong> alguma dificulda<strong>de</strong>. O sentido óbvio da passagem correspon<strong>de</strong><br />

a 1.11. Todos os autores citados por Poole, exceto Estius, assumem outro ponto<br />

<strong>de</strong> vista, como Grotius, Beza, Me<strong>de</strong> e outros. O último apresenta o seguinte como sendo<br />

a idéia <strong>de</strong> Orígines e Anselmo: “Minha pregação e conversação vos comunicarão um rico<br />

conhecimento dos mistérios, amor, conforto, graça e fruto espiritual do evangelho.” A<br />

palavra ‘bênção’, εὐλογία, diz Grotius significa tudo o que nos é gratuitamente concedido<br />

[vejam-se Gl 3.14; Ef 1.3].

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