27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 6 • 251<br />

corpo, aspirem tão-somente sua glória. E há razão para tal atitu<strong>de</strong>,<br />

ou, seja: visto que nossa vida anterior foi <strong>de</strong>struída, não foi em vão<br />

que o Senhor nos criou outra, para que nossas ações estejam em<br />

harmonia com ela.<br />

14. Porque o pecado não terá domínio<br />

sobre vós, 11 pois não estais <strong>de</strong>baixo<br />

da lei, e, sim, da graça.<br />

15. E daí? Havemos <strong>de</strong> pecar porque<br />

não estamos <strong>de</strong>baixo da lei, e, sim,<br />

da graça? De modo nenhum.<br />

16. Não sabeis que daquele a quem<br />

vos ofereceis como servos para<br />

obediência, <strong>de</strong>sse mesmo a quem<br />

obe<strong>de</strong>ceis sois servos, seja do pecado<br />

para a morte, ou da obediência<br />

para a justiça?<br />

17. Mas graças a Deus porque, outrora<br />

escravos do pecado, contudo viestes<br />

a obe<strong>de</strong>cer <strong>de</strong> coração à forma<br />

<strong>de</strong> doutrina a que fostes entregues,<br />

18. e, uma vez libertados do pecado,<br />

fostes feitos servos da justiça.<br />

14. Peccatum enim vobis non dominabitur,<br />

non enim estis sub Lege, sed<br />

sub gratiâ.<br />

15. Quid ergo? peccabimus, quia non<br />

sumus sub Lege, sed sub gratiâ?<br />

Absit:<br />

16. Nescitis quòd cui exhibuistis vos<br />

servos in obedientiam, ejus servi<br />

estis cui obeditis, sive peccati in<br />

mortem, sive obedientiæ in justitiam?<br />

17. Gratia autem Deo, quòd fuistis servi<br />

peccati, obedistis verò ex animo<br />

typo doctrinæ in quem traducti estis:<br />

18. Manumissi verò peccato, servi facti<br />

estis justitiæ.<br />

14. Porque o pecado não terá domínio sobre vós. Não é necessário<br />

gastar muito tempo reiterando e refutando as interpretações<br />

que têm pouca ou nenhuma evidência <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>. Entretanto, há<br />

uma interpretação que po<strong>de</strong> ser mantida com mais probabilida<strong>de</strong><br />

do que as <strong>de</strong>mais, ou, seja: <strong>de</strong>baixo da lei significa estar sujeito à<br />

letra da lei, a qual não tem a virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovar a mente; enquanto<br />

que, em contrapartida, estar <strong>de</strong>baixo da graça implica em viver<br />

livre dos <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong>pravados, mediante a operação do Espírito da<br />

graça. Não sou, contudo, totalmente favorável a esta interpretação,<br />

pois se adotarmos tal sentido, qual seria o objetivo da pergunta<br />

11 “Vobis non dominabitur”; ὀυ κυριεύσει – não será um senhor sobre vós, não terá po<strong>de</strong>r ou<br />

autorida<strong>de</strong> ou controle sobre vós; ou, po<strong>de</strong>ria significar, não terá domínio sobre vós, ao<br />

ponto <strong>de</strong> reter-vos, como que por força, sob seu po<strong>de</strong>r. E a razão dada favorece esta idéia;<br />

pois ele diz: “Vós não estais sob a lei, mas sob a graça.” A lei é a força do pecado; e pela<br />

lei ele mantém seus súditos sob seu serviço.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!