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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 7 • 281<br />

com eles, mas creio que estes dois termos são repetidos à guisa <strong>de</strong><br />

ênfase. A lei em si mesma é santa, e tudo quanto é or<strong>de</strong>nado nela é<br />

igualmente santo, e precisa, pois, receber a máxima consi<strong>de</strong>ração<br />

e honra. Sua or<strong>de</strong>nança é justa, e não po<strong>de</strong>, portanto, ser acusada<br />

<strong>de</strong> qualquer injustiça. E é boa, e, portanto, é pura e livre <strong>de</strong> toda e<br />

qualquer falha. Paulo, assim, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a lei contra toda e qualquer<br />

acusação, para que ninguém tenha a ousadia <strong>de</strong> atribuir-lhe algo que<br />

seja contrário à bonda<strong>de</strong>, à justiça e à santida<strong>de</strong>.<br />

13. Acaso o bom se me tornou em<br />

morte? De modo nenhum. Pelo<br />

contrário, o pecado, para revelar-<br />

-se como pecado, por meio <strong>de</strong> uma<br />

coisa boa causou-me a morte; a fim<br />

<strong>de</strong> que, pelo mandamento, se mostrasse<br />

excessivamente maligno.<br />

13. Quod ergo bonum est mihi in mortem<br />

cessit? Absit: imò peccatum,<br />

ut appareat peccatum, per bonum<br />

operatur mihi mortem: ut fiat super<br />

modum peccans peccatum per<br />

mandatum.<br />

13. Acaso o bom se me tornou em morte? Paulo até aqui <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u<br />

a lei <strong>de</strong> todas as más interpretações, mas <strong>de</strong> tal maneira que<br />

ainda permanecia alguma dúvida se porventura seria ela a causa<br />

<strong>de</strong> morte. A mente humana se sente perplexa diante do problema,<br />

como é possível que um benefício divino tão especial não traga<br />

outra coisa [à humanida<strong>de</strong>] senão <strong>de</strong>struição. O apóstolo, pois, respon<strong>de</strong><br />

agora esta objeção, negando que a morte tenha sua origem<br />

na lei, não obstante ter trazido sobre nós, por intermédio do pecado,<br />

a ocasião da lei. Esta resposta, aparentemente, contradiz sua<br />

afirmação anterior, quando diz que <strong>de</strong>scobrira que o mandamento,<br />

o qual fora dado para a vida, se lhe tornara em morte. Entretanto,<br />

não existe aqui nenhuma contradição. Na primeira passagem, Paulo<br />

quis dizer que a nossa <strong>de</strong>pravação é a causa <strong>de</strong> fazermos mau uso<br />

da lei para nossa <strong>de</strong>struição, indo <strong>de</strong> encontro à própria natureza<br />

da lei. Mas aqui ele nega que a lei é a causa material da morte, <strong>de</strong><br />

tal modo que esta não po<strong>de</strong> ser atribuída àquela. O apóstolo fala<br />

mais espontaneamente da lei em 2 Coríntios 3.7, on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>nomina<br />

<strong>de</strong> ‘ministério <strong>de</strong> morte’. Contudo, ele assim proce<strong>de</strong> em concor-

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