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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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506 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

15. Alegrai-vos com os que se alegram. Em terceiro lugar, o<br />

apóstolo afirma a verda<strong>de</strong> geral <strong>de</strong> que os crentes <strong>de</strong>vem abraçar uns<br />

aos outros com mútua afeição, e que a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>ve<br />

ter a comum participação <strong>de</strong> todos. A primeira expressa e especifica<br />

nossas responsabilida<strong>de</strong>s. Devemos alegrar-nos com os que se alegram<br />

e chorar com os que choram. A natureza do genuíno amor é tal que<br />

cada um prefere sofrer com seu irmão do que observar sua dor à distância,<br />

com uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> fastio e indisposição. Em suma, <strong>de</strong>vemos,<br />

pois, adaptar-nos uns aos outros tanto quanto possível; e, até on<strong>de</strong><br />

as circunstâncias o permitem, cada um <strong>de</strong>ve entrar nos sentimentos<br />

do outro, seja para sofrer com ele na adversida<strong>de</strong> ou para alegrar-se<br />

com ele na prosperida<strong>de</strong>. Deixar <strong>de</strong> dar as boas-vindas à felicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um irmão, com genuína alegria, é um sinal <strong>de</strong> inveja; e <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>monstrar real tristeza em seu infortúnio, é sinal <strong>de</strong> <strong>de</strong>sumanida<strong>de</strong>.<br />

Portanto, sintamos compaixão uns pelos outros, <strong>de</strong> forma que nos<br />

i<strong>de</strong>ntifiquemos mutuamente, <strong>de</strong>monstrando o mesmo estado mental.<br />

16. Não sejais sábios a vossos próprios olhos. 18 O que o apóstolo<br />

diz no grego é mais significativo e apropriado à luz da comparação:<br />

“Não pensar <strong>de</strong>mais nas coisas por <strong>de</strong>mais elevadas.” O que ele tem<br />

em mente é que o cristão não <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>sejar com obsessiva ambição<br />

aquelas realizações pelas quais ele exceda a outrem, nem alimentar<br />

sentimentos <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong>; mas, ao contrário, <strong>de</strong>ve pon<strong>de</strong>rar com<br />

discrição e mansidão. E são estas que fazem a diferença na presença<br />

do Senhor, e não o espírito <strong>de</strong> soberba ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>sdém <strong>de</strong>monstrado<br />

contra os irmãos. O apóstolo adiciona uma or<strong>de</strong>nança muito oportuna,<br />

à qual já fizera menção, porquanto nada é mais danoso para<br />

<strong>de</strong>struir a unida<strong>de</strong> cristã do que nos exaltarmos e aspirarmos uma<br />

posição mais elevada que a dos outros, sentindo-nos superiores aos<br />

18 A primeira frase é omitida. O texto <strong>de</strong> Calvino é: “Mutuo alii in alios sensu affecti”; τὸ<br />

αὐτὸ εἰς αλλήλους φρονου̑ντες; “Iti<strong>de</strong>m alii in alios affecti – “Sentis o mesmo uns para com<br />

os outros”, Beza; “Se<strong>de</strong> inteiramente unidos em vossa consi<strong>de</strong>ração mútua”, Doddridge;<br />

“Ten<strong>de</strong> a mesma disposição uns para com os outros”, Macknight. O verbo significa pensar,<br />

sentir, ou refletir, no sentido <strong>de</strong> atentar para ou aspirar uma coisa. É usado também na<br />

próxima frase, evi<strong>de</strong>ntemente no último sentido, refletir, pon<strong>de</strong>rar.

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