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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 14 • 543<br />

se concretizar, quando os inimigos <strong>de</strong> Cristo forem lançados no pó<br />

como estrado <strong>de</strong> seus pés. Mas isso não se dará enquanto o Senhor<br />

não assentar-se no tribunal do juízo. Paulo, pois, corretamente aplicou<br />

esta profecia ao tribunal <strong>de</strong> Cristo.<br />

Esta passagem é também mui notável para confirmar nossa fé<br />

na eterna Deida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo. É Deus quem fala aqui, o Deus que<br />

uma vez por todas <strong>de</strong>clarou que jamais ce<strong>de</strong>rá sua glória a outrem<br />

[Is 42.8]. Ora, se o que ele reivindica para si é cumprido somente<br />

em Cristo, é além <strong>de</strong> qualquer dúvida que ele se revela em Cristo.<br />

A inquestionável verda<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta profecia foi abertamente revelada<br />

quando Cristo reuniu para si um povo <strong>de</strong>ntre o mundo inteiro, e o<br />

restaurou para ser adorador <strong>de</strong> sua majesta<strong>de</strong> e obediente a seu<br />

evangelho. Foi a isso que Paulo referiu em Filipenses 2.9,10, quando<br />

disse que Deus conferiu a Cristo um nome, à menção do qual todo<br />

joelho se dobraria. Isso será plenamente revelado quando ele subir<br />

a seu trono <strong>de</strong> juízo para julgar os vivos e os mortos, e isso porque<br />

todo o julgamento celestial e terreno lhe foi conferido pelo Pai.<br />

Eis as palavras do profeta: “Diante <strong>de</strong> mim se dobrará todo joelho,<br />

e jurará toda língua” [Is 45.23]. Visto, porém, que um juramento é<br />

uma forma <strong>de</strong> culto divino, as palavras que Paulo usa – confessará –<br />

transmitem o mesmo significado. 9 O Senhor <strong>de</strong>sejou simplesmente<br />

afirmar que todos os homens <strong>de</strong>vem não só reconhecer a majesta<strong>de</strong><br />

divina, mas também confessar sua obediência a Deus, tanto pela<br />

boca como pelos gestos externos do corpo, os quais ele <strong>de</strong>signou<br />

pela expressão dobrar os joelhos.<br />

12. Cada um <strong>de</strong> nós dará contas. Esta conclusão nos remete ao<br />

quebrantamento e à humilda<strong>de</strong> do espírito. Paulo imediatamente<br />

conclui <strong>de</strong>ste fato que não somos juízes uns dos outros. Não nos é<br />

9 A passagem é <strong>de</strong> Isaías 45.23. Em dois exemplos, o apóstolo dá o sentido e não as palavras.<br />

Em vez <strong>de</strong> “jurei por mim mesmo”, ele dá a forma do juramento: “Como eu vivo.”<br />

Essa é a forma como Deus jura por si mesmo, ou, seja, por sua vida – a existência eterna.<br />

Então a conclusão do versículo em hebraico é: “toda língua jurará”, isto é, “a mim”. Jurar<br />

a Deus ou por seu nome é prometer-lhe lealda<strong>de</strong>, professar ou confessar seu nome [Sl<br />

43.11; Is 68.1; Sf 1.5. O apóstolo, pois, é plenamente fiel em sua interpretação do idioma<br />

hebraico, quando diz: “toda língua confessará a Deus.”

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