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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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238 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

saber: só crescemos verda<strong>de</strong>iramente no corpo <strong>de</strong> Cristo [in Christi<br />

corpus vere coalescere] quando sua morte produz em nós seus frutos.<br />

Ele <strong>de</strong>veras nos ensina que esta comunhão em sua morte é o ponto<br />

central do batismo. Ele não pressupõe uma simples lavagem, mas<br />

sobretudo a mortificação e o <strong>de</strong>spimento do velho homem, os quais<br />

são ali estabelecidos. É evi<strong>de</strong>nte que a eficácia da morte <strong>de</strong> Cristo só<br />

se manifesta no momento em que somos recebidos em sua graça. A<br />

eficácia da comunhão na morte <strong>de</strong> Cristo é <strong>de</strong>scrita imediatamente. 2<br />

4. Fomos, pois, sepultados com ele. Ele então começa a mostrar<br />

o que está compreendido em nosso batismo na morte <strong>de</strong> Cristo,<br />

embora não nos apresente ainda uma explicação satisfatória. O<br />

batismo significa que, ao sermos mortos para nós mesmos, nos<br />

tornamos novas criaturas. Paulo corretamente passa da comunhão<br />

na morte <strong>de</strong> Cristo para a participação <strong>de</strong> sua vida. Visto que estas<br />

duas se acham inseparavelmente entrelaçadas, nosso velho homem é<br />

<strong>de</strong>struído pela morte <strong>de</strong> Cristo, a fim <strong>de</strong> que sua ressurreição venha<br />

a restaurar nossa justiça e nos transformar em novas criaturas. E<br />

visto que Cristo nos foi dado para a vida, por que <strong>de</strong>vemos morrer<br />

com ele, senão para que ressuscitemos para uma vida muito melhor?<br />

Cristo, pois, expõe à morte o que é mortal em nós, a fim <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>iramente<br />

restaurar-nos à vida.<br />

2 “Batizados em [εἰς] Cristo”, “batizados em [εἰς] Moisés” [1Co 10.2], “batizados em [εἰς]<br />

um só corpo” [1Co 12.13] são todas as mesmas formas <strong>de</strong> expressão e <strong>de</strong>vem significar<br />

que, pelo rito do batismo, faz-se uma união professada, e, nos dois primeiros exemplos,<br />

<strong>de</strong>vota-se a uma submissão à autorida<strong>de</strong> exercida. Por “batizados em sua morte” <strong>de</strong>vemos<br />

enten<strong>de</strong>r ‘batizados’ a fim <strong>de</strong> morrer com ele, ou morrer como ele morreu; não que<br />

a morte seja a mesma; pois ela é uma morte semelhante, como se expressa no versículo<br />

5, como a ressurreição é uma ressurreição semelhante. Sua morte foi natural, a nossa<br />

é espiritual; a mesma diferença se mantém quanto à ressurreição. É a semelhança que<br />

<strong>de</strong>ve ser totalmente consi<strong>de</strong>rada; e essa é a chave <strong>de</strong> toda a passagem. É verda<strong>de</strong> que<br />

só através da eficácia da morte <strong>de</strong> Cristo é que a morte <strong>de</strong> seu povo se concretiza, bem<br />

como através da operação <strong>de</strong> seu Espírito; porém o <strong>de</strong>sígnio do apóstolo não é ensinar<br />

isso aqui; seu objetivo parece ser meramente mostrar que ocorre uma mudança em cada<br />

cristão genuíno, simbolizada pelo batismo, e que essa mudança contém uma semelhança<br />

com a morte e ressurreição <strong>de</strong> nosso Salvador. Ele fala <strong>de</strong> batismo aqui não meramente<br />

como um símbolo, mas como que incluindo o que ele simboliza; como faz numa passagem<br />

semelhança [Cl 2.11, 12], on<strong>de</strong> ele se refere a essa mudança, primeiro sob o símbolo<br />

da circuncisão, e então do batismo; o que claramente prova que a mesma coisa está<br />

implícita por ambos.

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