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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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242 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

fruto que serve <strong>de</strong> alimento. No enxerto espiritual, contudo, não só<br />

<strong>de</strong>rivamos o vigor e a seiva da vida que fluem <strong>de</strong> Cristo, mas também<br />

transmitimos <strong>de</strong> nossa própria natureza para a sua. O apóstolo<br />

<strong>de</strong>sejava simplesmente realçar a eficácia da morte <strong>de</strong> Cristo, a qual<br />

manifestou-se na <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> nossa carne, e também a eficácia <strong>de</strong><br />

sua ressurreição que nos renova interiormente segundo a natureza<br />

superior do Espírito. 5<br />

6. Sabendo isto, que nosso velho homem foi crucificado com<br />

ele. O ‘velho’ homem é assim chamado à semelhança do ‘Velho’<br />

Testamento que é também assim chamado em relação ao ‘Novo’<br />

[Testamento]. Ele começa a ser ‘velho’ quando sua regeneração<br />

tem início, e sua velha natureza é gradualmente <strong>de</strong>struída. Paulo<br />

está referindo-se a toda nossa natureza, a qual trazemos do ventre<br />

materno, e a qual é tão incapaz <strong>de</strong> receber o reino <strong>de</strong> Deus, que<br />

precisa morrer na mesma proporção que somos renovados para a<br />

verda<strong>de</strong>ira vida. Este ‘velho homem’, diz ele, é pregado na cruz com<br />

Cristo, porque, por seu po<strong>de</strong>r, ele jaz morto. Paulo faz referência<br />

à cruz a fim <strong>de</strong> mostrar mais distintamente que a única fonte <strong>de</strong><br />

nossa mortificação é nossa participação na morte <strong>de</strong> Cristo. Não<br />

concordo com aqueles intérpretes que explicam que Paulo usou<br />

o termo crucificado, em vez <strong>de</strong> morto, porque nosso velho homem<br />

está ainda vivo, e em certa medida ainda cheio <strong>de</strong> vigor. A interpretação<br />

está plenamente certa, mas dificilmente é relevante para<br />

o nosso presente texto. O corpo do pecado, ao qual faz menção um<br />

pouco <strong>de</strong>pois, não significa carne e ossos, e, sim, toda a massa <strong>de</strong><br />

pecado, pois o homem, quando abandonado à sua própria natureza,<br />

não passa <strong>de</strong> uma massa <strong>de</strong> pecado. 6 A expressão, e não sirvamos<br />

5 A palavra σύμφυτοι é traduzida por Calvino por insititii, e também por Erasmo, Pareus e<br />

Hammond. A Vulgata tem “complantati – plantados juntamente”; Beza, “cum eo plantati<br />

coaluimus – sendo plantados com ele, crescemos juntamente”; Doddridge, “crescemos<br />

juntamente”; e Macknight, “plantados juntos”. A palavra significa propriamente crescer<br />

juntamente, nascer juntamente; e φύω nunca significa enxertar. Ela é encontrada somente<br />

aqui; e é aplicada pela Septuaginta em Zacarias 11.2 a uma floresta que cresce juntamente.<br />

6 Pareus e outros pensam que ‘corpo’, aqui, aponta para o ‘pecado’, em alusão à crucificação<br />

que é mencionada como um corpo nesse caso é fixado na cruz, e que significa todos

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