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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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48 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

qual, como se acha no Salmo 2.7, Cristo foi <strong>de</strong>clarado Filho <strong>de</strong> Deus:<br />

“Neste dia eu te gerei.” Gerar, aqui, tem referência àquilo que foi feito<br />

conhecido. Certos intérpretes encontram nesta passagem três provas<br />

distintas da divinda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo – a primeira é o po<strong>de</strong>r (pelo qual<br />

compreen<strong>de</strong>m os milagres); a segunda é o testemunho do Espírito; e<br />

a terceira é a ressurreição <strong>de</strong>ntre os mortos. Prefiro, contudo, juntar<br />

estas três provas e sumariá-las assim: Cristo foi <strong>de</strong>clarado Filho <strong>de</strong><br />

Deus pelo exercício público <strong>de</strong> um po<strong>de</strong>r verda<strong>de</strong>iramente celestial,<br />

ou, seja, o po<strong>de</strong>r do Espírito, quando ele ressuscitou dos mortos. Este<br />

po<strong>de</strong>r é possuído quando é selado pelo mesmo Espírito em nossos<br />

corações. A linguagem do apóstolo apoia esta interpretação. Ele afirma<br />

que Cristo foi <strong>de</strong>clarado com po<strong>de</strong>r, porque foi visto nele o po<strong>de</strong>r<br />

que, com proprieda<strong>de</strong>, pertence a Deus, e o qual comprovava além<br />

<strong>de</strong> qualquer dúvida que Cristo era Deus. Isso na verda<strong>de</strong> se fez ainda<br />

mais evi<strong>de</strong>nte em sua ressurreição, assim como Paulo em outra parte,<br />

após <strong>de</strong>clarar que a fraqueza da carne se fez manifesta na morte<br />

<strong>de</strong> Cristo, exalta o po<strong>de</strong>r do Espírito em sua ressurreição [2Co 13.4].<br />

Esta glória, contudo, não se nos fez notória até que o mesmo Espírito<br />

a imprimisse em nossos corações. O fato <strong>de</strong> Paulo também incluir<br />

a evidência que os crentes individualmente experimentam em seus<br />

próprios corações com o espantoso po<strong>de</strong>r do Espírito, o qual Cristo<br />

manifestou ao ressuscitar dos mortos, é claro à luz <strong>de</strong> sua expressa<br />

menção da santificação. É como se dissesse que o Espírito, ao mesmo<br />

tempo que santifica, também confirma e ratifica essa prova <strong>de</strong> seu<br />

po<strong>de</strong>r que uma vez <strong>de</strong>monstrou. As Escrituras com freqüência atribuem<br />

títulos ao Espírito <strong>de</strong> Deus, os quais servem para elucidar nossa<br />

presente discussão. Daí o Espírito ser chamado por nosso Senhor, o<br />

Espírito da verda<strong>de</strong> [Jo 14.17], em razão <strong>de</strong> seu efeito como <strong>de</strong>scrito<br />

nessa passagem. Além do mais, diz-se que o po<strong>de</strong>r divino foi exibido<br />

na ressurreição <strong>de</strong> Cristo, visto que ele ressuscitara por seu próprio<br />

po<strong>de</strong>r, como ele mesmo testificou: “Destruí este templo, e em três dias<br />

o reconstruirei” [Jo 2.19]; “ninguém a toma [minha vida] <strong>de</strong> mim” [Jo<br />

10.18]. Cristo triunfou sobre a morte, à qual se entregou em razão da

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