27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 6 • 247<br />

mente, aqui, a palavra semelhança. Paulo não diz que vivemos no céu,<br />

como Cristo vive, mas ele faz com que a nova vida que vivemos na<br />

terra, em conseqüência <strong>de</strong> nossa regeneração, seja igual [conformem]<br />

a sua vida celestial. Sua afirmação <strong>de</strong> que morremos para o pecado em<br />

conseqüência do exemplo <strong>de</strong> Cristo, não significa que nossa morte<br />

seja exatamente como a <strong>de</strong>le, pois morremos para o pecado quando<br />

o pecado morre em nós. No caso <strong>de</strong> Cristo existe uma diferença,<br />

pois foi através <strong>de</strong> sua morte que ele <strong>de</strong>struiu o pecado. O apóstolo<br />

<strong>de</strong>clarou anteriormente que cremos que seremos participantes da<br />

vida <strong>de</strong> Cristo. A palavra crer claramente mostra que ele está falando<br />

da graça <strong>de</strong> Cristo. Estivesse ele apenas nos advertindo em relação<br />

a nosso <strong>de</strong>ver, então teria expressado assim: “Visto que morremos<br />

com Cristo, <strong>de</strong>vemos, então, viver uma vida semelhante à <strong>de</strong>le.” O<br />

verbo crer <strong>de</strong>nota que o apóstolo está aqui tratando da doutrina da<br />

fé, que é encontrada nas promessas, como se dissesse: “Os crentes<br />

<strong>de</strong>vem estar seguros <strong>de</strong> que sua mortificação na carne, através dos<br />

benefícios <strong>de</strong> Cristo, é tal que ele mesmo manterá a novida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida <strong>de</strong>les até o fim.” O tempo futuro do verbo viver não se refere à<br />

ressurreição final, mas simplesmente <strong>de</strong>nota o curso contínuo <strong>de</strong><br />

nossa nova vida em Cristo, enquanto formos peregrinos na terra.<br />

11. Assim também vós, consi<strong>de</strong>rai-vos mortos para o pecado. Ele<br />

agora adiciona a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> sua analogia [analogiae <strong>de</strong>finitio] a que<br />

tenho referido. Ele nos aplica as duas afirmações concernentes ao fato<br />

<strong>de</strong> Cristo morrer para o pecado uma vez por todas e viver eternamente<br />

para Deus, e nos instrui em como <strong>de</strong>vemos agora morrer enquanto<br />

vivemos, ou, seja: pela renúncia do pecado. Entretanto, ele não omite<br />

a outra parte da analogia, isto é, como vamos viver <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> termos<br />

uma vez para sempre abraçado a graça <strong>de</strong> Cristo mediante a fé. Embora<br />

a mortificação <strong>de</strong> nossa carne esteja apenas começando em nós,<br />

todavia a vida <strong>de</strong> pecado está <strong>de</strong>struída por este mesmo expediente,<br />

<strong>de</strong> modo que nossa renovação espiritual, a qual é <strong>de</strong> caráter divino,<br />

continue para sempre. Se Cristo por fim não <strong>de</strong>struísse o pecado em<br />

nós, então sua graça seria <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> e continuida<strong>de</strong>.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!