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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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580 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

provi<strong>de</strong>nciados por Deus, e clama pelo auxílio da Igreja, <strong>de</strong> modo<br />

que, ajudado por suas orações, ele logra receber algum conforto,<br />

<strong>de</strong> acordo com a promessa do Senhor: “On<strong>de</strong> estiverem dois ou três<br />

reunidos em meu nome, ali estarei eu no meio <strong>de</strong>les” [Mt 18.20]; e:<br />

“Se dois <strong>de</strong>ntre vós concordarem sobre a terra no tocante a tudo<br />

o que eles pedirem, assim lhes será feito por meu Pai que está no<br />

céu” [Mt 18.19]. Para que ninguém concluísse que o objetivo <strong>de</strong> sua<br />

recomendação era <strong>de</strong>stituído <strong>de</strong> razão, ele lhes suplica tanto por<br />

Cristo quanto pelo amor do Espírito. O amor do Espírito significa o<br />

amor pelo qual Cristo nos mantém unidos, visto que o mesmo não<br />

proce<strong>de</strong> da carne, nem do mundo, mas proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu Espírito, o<br />

qual é o vínculo <strong>de</strong> nossa unida<strong>de</strong>.<br />

Visto, pois, que ser assistido pelas orações dos crentes é uma<br />

bênção divina tão rica que mesmo Paulo, o instrumento eleito <strong>de</strong><br />

Deus, não sonhava em negligenciá-la, seremos muitíssimo remissos<br />

se criaturas indignas e miseráveis como nós a <strong>de</strong>sprezarmos. Usar<br />

passagens como estas em apoio da intercessão dos santos que já<br />

partiram é prova <strong>de</strong> <strong>de</strong>scaramento. 22<br />

Que luteis juntamente comigo. 23 A versão <strong>de</strong> Erasmo – “para<br />

me assistir<strong>de</strong>s em meus labores” – não é <strong>de</strong> todo ruim, mas prefiro<br />

uma tradução literal, visto que a palavra grega usada por Paulo é<br />

mais enfática. Pelo termo luteis ele indica as dificulda<strong>de</strong>s nas quais é<br />

colocado, e ao suplicar a ajuda <strong>de</strong>les nesta batalha, ele nos mostra a<br />

sensibilida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve inspirar as orações formuladas pelos crentes<br />

em favor <strong>de</strong> seus irmãos. Diz ele que realmente <strong>de</strong>vem tomar parte<br />

nas aflições <strong>de</strong> seus irmãos como se estivessem colocados nas mes-<br />

22 Scott cita o seguinte <strong>de</strong> Whitby: “Se Paulo, dis Estius, <strong>de</strong>sejasse as orações dos romanos, por<br />

que os romanos não <strong>de</strong>sejaram as orações <strong>de</strong> Paulo? Respondo: po<strong>de</strong>riam <strong>de</strong>sejar suas<br />

orações como ele as suas através <strong>de</strong> uma carta que lhe dirigiram solicitando suas orações.<br />

Ele acrescenta: Se <strong>de</strong>sejaram suas orações pelos que ainda estavam vivos, por que não<br />

quando mortos e já reinando com Cristo? Respondo: Porque não po<strong>de</strong>riam ter-lhe dirigido<br />

nenhuma carta e nem podiam <strong>de</strong> outra forma levá-lo a conhecer a mente <strong>de</strong>les.”<br />

23 “Ut concertetis mihi”, συναγωνίσασθαί μοι; “ut mecum certetis – para que vos empenheis<br />

comigo”, Beza; “ut mecum laboretis – para que luteis comigo”, Tremelius, da Siríaca. Literalmente<br />

é: “para que agonizeis comigo.” É uma alusão, diz Grotius, à luta <strong>de</strong> Jacó com o<br />

anjo [Gn 32.24].

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