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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 4 • 183<br />

Embora os ímpios abocanhem as riquezas do mundo, todavia não<br />

po<strong>de</strong>m reivindicar nada como sendo propriamente seu, senão que,<br />

ao contrário, arrebatam secretamente o que possuem, porquanto o<br />

usurpam sob a maldição divina. É um gran<strong>de</strong> conforto para os fiéis<br />

em sua pobreza saber que, embora vivam frugalmente, todavia não<br />

vivem a esbulhar nada do que pertence a outrem, senão que recebem<br />

licitamente sua subsistência das mãos <strong>de</strong> seu Pai celestial, até que se<br />

vejam em plena posse <strong>de</strong> sua herança, quando então todas as criaturas<br />

lhes servirão em sua glória. Tanto o céu como a terra serão renovados<br />

para o cumprimento <strong>de</strong>ste propósito, para que possam, em sua própria<br />

medida, contribuir para tornar o reino <strong>de</strong> Deus muito mais glorioso.<br />

14. Pois se aqueles que são da lei é que<br />

são os her<strong>de</strong>iros, anula-se a fé e invalida-se<br />

a promessa,<br />

15. porque a lei suscita a ira; mas on<strong>de</strong><br />

não há lei, também não há transgressão.<br />

14. Si enim ii qui sunt ex Lege hære<strong>de</strong>s<br />

sunt, exinanita est fi<strong>de</strong>s et abolita<br />

est promissio:<br />

15. Nam Lex iram efficit; siqui<strong>de</strong>m ubi<br />

non est Lex, neque etiam transgressio.<br />

14. Pois se aqueles que são da lei é que são os her<strong>de</strong>iros.<br />

O apóstolo argumenta, a partir <strong>de</strong> uma posição insustentável ou<br />

absurda, que a graça obtida por Abraão, proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Deus, não<br />

lhe fora prometida por meio <strong>de</strong> um acordo legal, ou com base nas<br />

obras. Ele proce<strong>de</strong>u assim porque, se essa fora a condição para que<br />

conce<strong>de</strong>sse a honra da adoção a quem a mereça, ou a quem pratique<br />

a lei, ninguém ousaria nutrir qualquer confiança naquela adoção que<br />

lhe fora aplicada. E quem está consciente <strong>de</strong> tal perfeição que possa<br />

<strong>de</strong>terminar que a herança lhe é <strong>de</strong>vida pela justiça [proce<strong>de</strong>nte] da<br />

lei? Sua fé, portanto, seria anulada, porquanto a impossível condição<br />

não só manteria a mente humana em suspenso e ansieda<strong>de</strong>, mas<br />

também a golpearia com o temor e o tremor. Dessa forma, o efeito<br />

das promessas se <strong>de</strong>svaneceria, visto que as mesmas são <strong>de</strong> nenhum<br />

valor exceto quando recebidas pela fé. Se nossos adversários tivessem<br />

condição <strong>de</strong> atentar para esta única razão, então a controvérsia<br />

suscitada entre nós seria facilmente elucidada.

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