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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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240 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

Pela glória do Pai. Ou, seja: pelo esplêndido po<strong>de</strong>r por meio<br />

do qual ele <strong>de</strong>clarou-se verda<strong>de</strong>iramente glorioso e exibiu a magnificência<br />

<strong>de</strong> sua glória. Por isso, o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus, na Escritura, que<br />

se fez ativo na ressurreição <strong>de</strong> Cristo, é às vezes apresentado em<br />

termos <strong>de</strong> muita sublimida<strong>de</strong>, e com sobejas razões. É <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância<br />

que enalteçamos a Deus, fazendo menção explícita <strong>de</strong> seu<br />

incomparável po<strong>de</strong>r, não apenas por nossa fé na ressurreição final,<br />

a qual exce<strong>de</strong> a toda e qualquer percepção da carne, mas também<br />

pelos <strong>de</strong>mais benefícios que recebemos da ressurreição <strong>de</strong> Cristo. 4<br />

5. Porque, se fomos unidos com ele<br />

na semelhança <strong>de</strong> sua morte, certamente<br />

o seremos também na<br />

semelhança <strong>de</strong> sua ressurreição;<br />

6. sabendo isto, que foi crucificado<br />

com ele nosso velho homem, para<br />

que o corpo do pecado seja <strong>de</strong>struído,<br />

e não mais sirvamos o pecado<br />

como escravos.<br />

5. Nam si insistitii facti sumus similitudini<br />

mortis ejus, nimirum et<br />

resurrectionis participes erimus:<br />

6. Illud scientes, quòd vetus noster<br />

homo simul cum ipso crucifixus<br />

est, ut aboleretur corpus peccati,<br />

ut non ultrà serviamus peccato.<br />

5. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança <strong>de</strong> sua morte.<br />

O apóstolo confirma o argumento que previamente apresentara,<br />

fazendo uso <strong>de</strong> expressões mais claras. A comparação que introduz<br />

remove toda e qualquer ambigüida<strong>de</strong>, visto que nosso enxerto<br />

significa não só nossa conformida<strong>de</strong> com o exemplo <strong>de</strong> Cristo, mas<br />

também com a união secreta [arcanam coniunctionem], por meio<br />

da qual crescemos unidos a ele, <strong>de</strong> tal forma que nos revitaliza pela<br />

instrumentalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu Espírito e transfere para nós seu po<strong>de</strong>r.<br />

Portanto, assim como o elemento enxertante tem a mesma vida ou<br />

morte do ramo no qual é enxertado, também é razoável que sejamos<br />

4 Beza toma διὰ, por, diante da ‘glória’, no sentido <strong>de</strong> εἰς, para, “para a glória do Pai”; mas<br />

isso é incomum. Parece ser uma metonímia, o efeito em lugar da causa: foi feito pelo<br />

po<strong>de</strong>r que se manifestou e redundou para a glória <strong>de</strong> Deus. A palavra ‘glória’, δόξα, é<br />

usada para po<strong>de</strong>r em João 11.40. A palavra hebraica zw, força, po<strong>de</strong>r, é às vezes traduzida<br />

δόξα pela Septuaginta; vejam-se Salmo 67.34; Isaías 12.2; 45.24. O po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus é amiú<strong>de</strong><br />

mencionado expressamente em conexão com a ressurreição. Vejam-se 1 Coríntios 6.14; 2<br />

Coríntios 13.4; Colossenses 1.11.

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