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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Prefácio à Tradução Brasileira • 13<br />

Igreja. Notamos em suas obras que os pontos em que ele revela maior<br />

erudição – <strong>de</strong>monstrando conhecer bem o hebraico, grego, latim, os<br />

Pais da Igreja, etc. – visam sempre esclarecer <strong>de</strong>terminada doutrina ou<br />

passagem bíblica que tem pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate ou que são passíveis <strong>de</strong><br />

interpretações diferentes. No entanto, percebemos que a sua erudição<br />

é <strong>de</strong>monstrada em sua simplicida<strong>de</strong>; ou seja: falar <strong>de</strong> assuntos complexos<br />

<strong>de</strong> forma simples e clara, isto sim, é profundida<strong>de</strong>.<br />

A convergência <strong>de</strong> sua interpretação era a vida da Igreja, enten<strong>de</strong>ndo<br />

que as Escrituras foram dadas visando à nossa obediência aos<br />

mandamentos <strong>de</strong> Deus. Logo, conforme já frisamos, a sua preocupação<br />

estava longe <strong>de</strong> ser meramente acadêmica. Ele entendia que “a<br />

pregação é um instrumento para a consecução da salvação dos crentes”<br />

e, que “embora não possa realizar nada sem o Espírito <strong>de</strong> Deus,<br />

todavia, através da operação interior do mesmo Espírito, ela revela<br />

a ação divina muito mais po<strong>de</strong>rosamente”. 7 O Espírito está unido à<br />

Palavra, por meio da qual Ele age. 8 É o Espírito quem confere po<strong>de</strong>r à<br />

pregação do Evangelho; por isso não há lugar para vanglória. 9<br />

A contribuição <strong>de</strong> Calvino nas diversas áreas do pensamento humano<br />

(economia, política, filosofia, ética), emerge, em geral, <strong>de</strong> seus<br />

sermões e comentários bíblicos. Ele não tinha a pretensão <strong>de</strong> revolucionar<br />

nenhuma <strong>de</strong>ssas áreas, antes, <strong>de</strong>sejava interpretar as Escrituras,<br />

colocando-a diante do povo a fim <strong>de</strong> que este pu<strong>de</strong>sse entendê-la e<br />

colocá-la em prática, tendo uma dimensão mais ampla da fé cristã em<br />

todo o âmbito <strong>de</strong> nossa existência. Biéler resume bem isso ao dizer:<br />

A Reforma <strong>de</strong> Calvino é, <strong>de</strong> princípio e essencialmente, uma reforma<br />

teológica; tem em mira em primeiro lugar as relações do homem com<br />

Deus. Não é senão secundariamente, e em consequência <strong>de</strong>stas relações,<br />

7 João Calvino, <strong>Romanos</strong>, 2. ed. São Paulo: Parakletos, 2001, (Rm 11.14), p. 407.<br />

8 John Calvin, Commentary on the Book of the Prophet Isaiah, Grand Rapids: Michigan:<br />

Baker Book House Company, (Calvin’s Commentaries), 1996, Vol. VIII/4, (Is 59.21), p. 271;<br />

João Calvino, As Institutas, IV.1.6.<br />

9 John Calvin, “Commentary on the Prophet Ezekiel,” John Calvin Collection, [CD-ROM], (Albany,<br />

OR: Ages Software, 1998), (Ez 2.2), p. 96.

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