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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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44 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

(mencionada mais adiante) expressa tanto o objetivo quanto a ação<br />

<strong>de</strong> seu apostolado, pois sua intenção era fazer uma breve referência<br />

ao propósito <strong>de</strong> sua eleição para este ofício. Servo <strong>de</strong> Cristo, portanto,<br />

que ele aplica a si próprio, é um título que compartilhava com todos os<br />

<strong>de</strong>mais mestres. Ao reivindicar o título <strong>de</strong> apóstolo, contudo, ele atribui<br />

a si próprio certa priorida<strong>de</strong>. Visto, porém, que aquele que usurpa<br />

o ofício apostólico não po<strong>de</strong> atribuir a si autorida<strong>de</strong> alguma, Paulo<br />

lembra a seus leitores que ele fora <strong>de</strong>signado por Deus pessoalmente.<br />

Assim, o significado da passagem consiste em que Paulo não era<br />

servo <strong>de</strong> Cristo no sentido ordinário, mas apóstolo, <strong>de</strong>signado pelo<br />

chamamento divino, e não por quaisquer pretensiosos esforços oriundos<br />

<strong>de</strong>le próprio. Nesse respeito, vem em seguida uma explanação<br />

mais clara <strong>de</strong> seu ofício apostólico, já que sua comissão era pregar o<br />

evangelho. Não concordo com aqueles que se reportam a esta vocação,<br />

a qual Paulo ora <strong>de</strong>screve como sendo a eterna seleção divina,<br />

e interpretam a separação no sentido ou <strong>de</strong> sua separação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

ventre materno (como mencionado em Gl 1.15), ou <strong>de</strong> sua escolha (referida<br />

por Lucas) para pregar aos gentios. A glória <strong>de</strong> Paulo consiste<br />

simplesmente em ser Deus o autor <strong>de</strong> sua vocação. Não podia haver<br />

qualquer suspeita <strong>de</strong> que ele estivesse apropriando-se in<strong>de</strong>vidamente<br />

<strong>de</strong>sta honra com base em sua pretensão pessoal. 6<br />

Deve-se notar aqui que nem todos estão qualificados para o ministério<br />

da Palavra. Este requer uma vocação especial. Aqueles que<br />

acreditam que estão bem qualificados <strong>de</strong>vem revestir-se <strong>de</strong> especial<br />

cuidado para não assumirem o ofício sem a vocação. Discutiremos<br />

em outra parte o caráter da vocação <strong>de</strong> apóstolos e bispos; o ponto,<br />

porém, a ser observado é que a função <strong>de</strong> um apóstolo consiste na<br />

pregação do evangelho. Este mesmo fato prova o absurdo daqueles<br />

6 Há quem combina as quatro separações. “Posto à parte no eterno conselho <strong>de</strong> Deus<br />

e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ventre <strong>de</strong> sua mãe [Gl 1.15] e, pelo especial mandamento do Espírito Santo<br />

[At 13.2], confirmado pela constituição da Igreja [At 13.3; Gl 2.9].” – Parr. Mas o objeto<br />

aqui parece ter sido aquele <strong>de</strong>clarado por Calvino: não é justo nem pru<strong>de</strong>nte conectar<br />

qualquer outra idéia com a palavra, exceto aquela que o contexto requer; pois agir ao<br />

contrário só serve para criar confusão.

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