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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 3 • 125<br />

– teria sido sem qualquer efeito. O significado, pois, é plenamente<br />

evi<strong>de</strong>nte: a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> ser subvertida pela<br />

perfídia e apostasia dos homens, torna-se por isso mesmo mais<br />

evi<strong>de</strong>nte. Deus é verda<strong>de</strong>iro, diz ele, não só porque está sempre<br />

pronto a permanecer fiel a suas promessas, mas também porque<br />

cumpre efetivamente tudo quanto <strong>de</strong>clara em sua Palavra; pois ele<br />

diz: “Segundo meu po<strong>de</strong>r, assim também será meu agir.” O homem,<br />

em contrapartida, é mentiroso, não só porque às vezes quebra seus<br />

compromissos, mas também porque, por sua própria natureza, corre<br />

após a falsida<strong>de</strong> e foge da verda<strong>de</strong>.<br />

A primeira proposição é o principal axioma <strong>de</strong> toda a filosofia<br />

cristã. A segunda é tomada do Salmo 116.11, on<strong>de</strong> Davi confessa<br />

que não há no homem, nem <strong>de</strong>le proce<strong>de</strong>, nada verda<strong>de</strong>iro e justo.<br />

Esta passagem é mui notável, e contém uma consolação muitíssimo<br />

necessária. Tal é a perversida<strong>de</strong> humana em rejeitar ou<br />

menosprezar a Palavra <strong>de</strong> Deus, que o homem freqüentemente<br />

duvidaria <strong>de</strong> sua veracida<strong>de</strong>, caso não se lembrasse <strong>de</strong> que a verda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Deus não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da verda<strong>de</strong> do homem. Mas, como isto<br />

se harmoniza com o que Paulo já mencionou previamente, ou seja:<br />

que a fim <strong>de</strong> tornar eficaz a promessa divina, a fé, que a recebe, é<br />

exigida dos homens para que a promessa seja eficaz? Fé é o oposto<br />

<strong>de</strong> falsida<strong>de</strong>. A questão certamente aparenta dificulda<strong>de</strong>, porém se<br />

fará mais simples se compreen<strong>de</strong>rmos que o Senhor, a <strong>de</strong>speito<br />

das mentiras dos homens, que <strong>de</strong> certo modo se constituem em<br />

entraves à sua verda<strong>de</strong>, sempre encontrará um caminho por on<strong>de</strong><br />

não existe caminho algum, <strong>de</strong> modo que ele emerja vitorioso ao<br />

corrigir em seus eleitos a inerente incredulida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa natureza,<br />

e ao subjugar a sua obediência aqueles que aparentavam ser<br />

invencíveis. Deve-se salientar que Paulo está, aqui, argumentando<br />

sobre a corrupção da natureza, e não sobre a graça <strong>de</strong> Deus, a qual<br />

é o antídoto para essa corrupção.<br />

Para que sejas justificado em tuas palavras. Eis o significado:<br />

Em vez <strong>de</strong> nossa falsida<strong>de</strong> e incredulida<strong>de</strong> <strong>de</strong>struírem a verda<strong>de</strong>

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