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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 14 • 537<br />

perplexida<strong>de</strong>s, e <strong>de</strong> que a certeza que Paulo requer não po<strong>de</strong> ser<br />

encontrada naquele que é fraco. Tais pessoas <strong>de</strong>vem ser perdoadas,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se mantenham <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seus próprios limites. O único<br />

<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> Paulo era refrear a in<strong>de</strong>vida permissivida<strong>de</strong> que envolve a<br />

muitos, como que por aci<strong>de</strong>nte, em questões <strong>de</strong> dúvida e incerteza.<br />

Ele, pois, exige que escolhamos bem a fim <strong>de</strong> que a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus<br />

esteja em primeiro lugar em cada uma <strong>de</strong> nossas ações.<br />

6. Quem distingue entre dia e dia, para o Senhor o faz. Uma<br />

vez que Paulo sabia muito bem que a observância <strong>de</strong> dias era proce<strong>de</strong>nte<br />

da ignorância em relação a Cristo, não cremos que ele saísse<br />

em campo em sincera <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> tal corrupção. E no entanto suas<br />

palavras parecem subenten<strong>de</strong>r que aqueles que observam dias não<br />

estão cometendo nenhuma agravante, porque Deus só po<strong>de</strong> aceitar<br />

o que vem <strong>de</strong> sã consciência. É necessário, pois, caso queiramos<br />

enten<strong>de</strong>r seu propósito, distinguir entre a opinião nutrida por alguns<br />

acerca dos dias a serem observados e a própria observância à qual<br />

se acham comprometidos. A opinião humana é supersticiosa, e Paulo<br />

não nega isso. Aliás, ele já a con<strong>de</strong>nou ao <strong>de</strong>nominá-la <strong>de</strong> fraqueza, e<br />

uma vez mais fará isso <strong>de</strong> forma ainda mais franca. Se alguém se vê<br />

emaranhado por tal superstição, então hesita em violar a solenida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um dia, e Deus con<strong>de</strong>na tal atitu<strong>de</strong>, visto que o indivíduo hesita<br />

em fazer algo com sua consciência espicaçada pela dúvida. É lícito<br />

a um ju<strong>de</strong>u fazer algo caso não haja ainda se libertado da supersticiosa<br />

observância <strong>de</strong> dias? Ele tem a Palavra do Senhor na qual se<br />

recomenda a observância <strong>de</strong> dias. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal observância<br />

é-lhe imposta pela própria lei, mas ele ainda não percebe que ela<br />

já foi abolida. Não há nada que possa fazer senão esperar por uma<br />

revelação mais plena, e a restringir-se aos limites <strong>de</strong> sua própria<br />

capacida<strong>de</strong>, nem po<strong>de</strong> ele <strong>de</strong>sfrutar a bênção da liberda<strong>de</strong> sem que<br />

seja ela abraçada pela fé. 6<br />

6 Tem-se sugerido como pergunta, por alguns, se o Sábado cristão está incluído aqui. O<br />

próprio tema em mãos prova que não. O tema em discussão é a observância dos dias<br />

judaicos, como em Gálatas 4.10 e Colossenses 2.16, e não o que pertenciam aos cristãos<br />

em comum.

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