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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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470 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

<strong>de</strong> preeminência.” Continuo pensando que esta interpretação é a<br />

mais a<strong>de</strong>quada, visto que Paulo queria aqui apontar para a consumação<br />

do reino <strong>de</strong> Cristo, o qual <strong>de</strong> forma alguma se limita aos<br />

ju<strong>de</strong>us, senão que inclui [pessoas <strong>de</strong>] o mundo inteiro. É assim que<br />

em Gálatas 6.16 ele <strong>de</strong>nomina a Igreja, que se compunha tanto <strong>de</strong><br />

ju<strong>de</strong>us quanto <strong>de</strong> gentios, o Israel <strong>de</strong> Deus, confrontando o povo<br />

reunido <strong>de</strong> sua dispersão com os filhos carnais <strong>de</strong> Abraão, os quais<br />

haviam apostatado da fé.<br />

Como está escrito. Ele não está justificando toda a sentença à luz<br />

do testemunho <strong>de</strong> Isaías [Is 59.20], mas somente aquela sentença que<br />

afirma que os filhos <strong>de</strong> Abraão são co-participantes da re<strong>de</strong>nção. Se<br />

consi<strong>de</strong>rarmos o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> que Cristo lhes fora prometido<br />

e oferecido, mas que se privaram <strong>de</strong> sua graça em razão <strong>de</strong> o terem<br />

rejeitado, as palavras do profeta expressam mais que isso, ou, seja:<br />

que ainda haveria um remanescente, o qual, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> se haver<br />

arrependido, <strong>de</strong>sfrutaria da graça re<strong>de</strong>ntora.<br />

Paulo, contudo, não cita a passagem <strong>de</strong> Isaías literalmente. Eis<br />

a redação do original: “Um re<strong>de</strong>ntor virá a Sião e aos <strong>de</strong> Jacó que<br />

se converterem <strong>de</strong> suas transgressões, diz o Senhor” [Is 59.20]. Não<br />

<strong>de</strong>vemos preocupar-nos em <strong>de</strong>masia com esta questão, porquanto o<br />

ponto que <strong>de</strong>ve ocupar nossa atenção é este: quão apropriadamente<br />

os apóstolos adaptavam a seu propósito as provas que extraíam do<br />

Velho Testamento. Seu intuito era apenas indicar as passagens para<br />

que seus leitores se encaminhassem à própria fonte.<br />

Além do mais, ainda que nesta profecia a re<strong>de</strong>nção seja prometida<br />

ao povo espiritual <strong>de</strong> Deus, no meio do qual se acham inclusos<br />

também os gentios, todavia, visto que aos ju<strong>de</strong>us pertence a primogenitura,<br />

era necessário que aquilo que o profeta <strong>de</strong>clarou fosse<br />

cumprido particularmente neles. O fato <strong>de</strong> a Escritura chamar <strong>de</strong><br />

israelitas a todo o povo <strong>de</strong> Deus aponta para a excelência da nação<br />

judaica, a qual Deus preferiu a todas as <strong>de</strong>mais. Isaías, pois, afirma<br />

que Alguém viria a Sião para redimi-la, visto que ele leva em conta o<br />

antigo pacto. Acrescenta ainda que aqueles que se arrepen<strong>de</strong>rem <strong>de</strong>

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